O ex-juiz federal e candidato ao Senado pelo Paraná, Sergio Moro (União Brasil), usou as redes sociais na tarde desta quarta-feira (7/9) – feriado da Independência do Brasil – para desafiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um debate. Conforme a última pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira (1º/9), o presidenciável petista aparece com 13 pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição (45% a 32%).
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“Dia 17, Lula diz que vem a Curitiba. Acho que ele não tem coragem, mas, se quiser, estou pronto para debater sobre corrupção, olho no olho. O local ele escolhe, conhece bem a República de Curitiba”, declarou o ex-ministro da Justiça em seu perfil oficial no Twitter.
Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, em levantamento divulgado nessa terça-feira (6/9), Moro é o segundo colocado na disputa pelo Senado no Paraná, com 27,2% das intenções de voto. A liderança é do senador Álvaro Dias (Podemos), candidato à reeleição: 31,7%.
Busca e apreensão
O tom do discurso de Moro contra Lula vem ganhando novos contornos após a Justiça Eleitoral cumprir, na manhã de sábado (3/9), mandados de busca e apreensão de materiais de campanha irregulares na casa do ex-juiz.
Conforme mostrou o EM, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná tomou a decisão acatando o argumento de advogados da Federação Brasil da Esperança no Paraná (organização política formada pelo PT, PC do B e Partido Verde) de que diversos materiais impressos da campanha de Moro violam a legislação eleitoral.
Nesse sentido, o advogado Luiz Eduardo Peccinin afirmou à Justiça que todo o material de campanha de Moro e o nome de seus suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Guerra, estão em tamanho inferior ao exigido pela legislação.
Na ocasião, Sergio Moro qualificou a busca e apreensão na sua casa como tentativa de intimidação. “Advogados do PT conseguiram uma diligência para realizar uma busca e apreensão lá na minha casa. Foram até lá e intimidaram a minha filha. Tudo isso porque queriam apreender material de campanha. Eles alegavam que a letra do nome do suplente estava menor do que o exigido pela legislação eleitoral”, afirmou Moro em vídeo publicado em sua conta oficial no Instagram.
“No tempo do governo do Lula e do PT o que se discutia era até 30% do valor de propina; de suborno. Toda aquela bandalheira, aquela corrupção! Agora vem para cima de mim discutir tamanho de letra? (...). Não vão conseguir me calar. Fica evidente que essa medida foi tomada diante do fraco desempenho do Lula nos debates, que não conseguiu responder sobre corrupção. O tema desta eleição não é o tamanho do ‘santinho’ do Moro, mas o tamanho da corrupção do PT”, finalizou.
Lava-jato
Em julho do ano passado, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da decisão monocrática do ministro Edson Fachin que anulou as condenações emitidas pelo ex-juiz Sergio Moro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Lava-Jato, em Curitiba.
Em 2017, Moro havia setenciado Lula a 9 anos e meio de prisão pelo caso do triplex do Guarujá. Em janeiro no ano seguinte, a pena foi aumentada para 12 anos e um mês pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), corte de segunda instância, e reduzida depois a oito anos e dez meses, em 2019, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).