A jornalista Renata Lo Prete, âncora do "Jornal da Globo', fez duras críticas ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos de 7 de setembro em Brasília e no Rio de Janeiro, os quais ela chamou de ‘7 de setembro sequestrado’.
De acordo com Lo Prete, a fala na qual Bolsonaro diz que, se reeleito, vai trazer "para dentro dessas quatro linhas" da Constituição "todos os que ousam ficar fora delas" é o indicativo de que irá "para cima do Supremo (Tribunal Federal)’, em caso de reeleição. Ela ainda classificou os discursos como "boçalidade machista".
‘Aquela boçalidade machista foi para distrair aquela plateia. Ao falar das famosas quatro linhas, que ele jamais respeitou, Bolsonaro deu a senha de que vai para cima do Supremo se for reeleito,’ disse Renata, que se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter após sua análise.
%u2014 Camilo Pinheiro Machado (@camilopmachado) September 8, 2022
‘Tudo foi ilegal’
Renata Lo Prete classificou a atuação de Jair Bolsonaro no 7 de setembro como ilegal.
‘Atropelou as duas regras básicas do jogo, que são garantir igualdade de condições entre os candidatos e manter o dinheiro público protegido de quem disputa sentado na cadeira de presidente’, comentou a apresentadora.
‘Não dará tempo de ter consequência’
Segundo Lo Prete, Bolsonaro apostou nessa tática por acreditar que não haverá tempo para que haja consequências a seus atos e que acusar diretamente o STF não fazia parte de seus planos.
‘A aposta de Bolsonaro é que, a menos de um mês do primeiro turno, não dará nem tempo de ter consequência, mas foi tudo ilegal. Agora é mais para tentar conseguir algum benefício eleitoral imediato. Por fim, convém a gente não se iludir com a ausência de ataques abertos a ministros do Supremo desta vez. É só porque o objetivo era diferente daquele do 7 de setembro do ano passado. Agora é mais para tentar conseguir algum benefício eleitoral imediato’, disse a jornalista.
A jornalista também destacou o grande número de apoiadores presentes nos atos, afirmando que isso demonstra força, apesar de ressaltar que isso "nem sempre é decisivo nas urnas".
"Tinha muita gente, especialmente no Rio, mas também em São Paulo e Brasília. Bolsonaro queria demonstrar força e conseguiu. Nesse aspecto de juntar gente na rua, o que nem sempre é decisivo nas urnas, mas tem peso político, ele segue dominante no Brasil hoje", afirmou Renata.