Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

'Cuscuz Clã': Bolsonaristas ironizam fala de Lula sobre Ku Klux Klan

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e parte de seus apoiadores reagiram, nesta sexta-feira (9/9), à analogia feita pelo presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a composição do palanque do candidato à reeleição nos atos do último dia 7 de setembro. Ontem, no Rio de Janeiro (RJ), Lula traçou um paralelo entre os atos bolsonaristas e a Ku Klux Klan (KKK), movimento nascido nos Estados Unidos para pregar a inexistente supremacia racial branca.



Hoje, nas redes sociais, Bolsonaro lançou mão de uma "adaptação" do nome do grupo supremacista, com menção a uma típica comida brasileira.

"Parece que o ex-presidiário se sentiu excluído após esse vídeo. Em resposta, chamou o povo de "cuscuz clã", talvez porque assistiu a milhões de brasileiros vestindo amarelo", ironizou.



O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), que concorre à reeleição, aproveitou a fala de Lula para, sem provas, questionar pesquisas eleitorais.

"Chamar de 'cuscuz clã' os milhões de patriotas que foram às ruas no 7 de setembro para tentar desqualificar uma manifestação popular é mole. Quero ver convocar a mortadela clã pra fazer igual. DataFolha e Photoshop não fazem milagres!", escreveu, no Twitter.





O deputado estadual Danilo Balas (PL-SP) também comentou a situação e chamou de "Cuscuz Clã" manifestantes bolsonaristas que há dois dias se juntaram na Avenida Paulista, na capital do estado.


Lula tenta explicar fala


Ontem, Lula disse que Bolsonaro "roubou" o direito do povo brasileiro de festejar a Independência. Segundo ele, o presidente utilizou a data para fins pessoais. "O ato de Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Não tinha negro, pardo, pobre, trabalhador", acusou.

Hoje, ainda durante a série de compromissos que cumpre no Rio de Janeiro, Lula voltou a tocar no assunto e afirmou ter ficado "assustado" e que o palanque "não tinha povo", mas uma elite "muito violenta" nos discursos.

"O palanque de Copacabana, pela fotografia que eu vi - e eu só vi na televisão - era supremacia branca. Até comparei que parecia um pouco a Ku Klux Klan. Só faltou o capucho, máscara. Era isso o palanque, um palanque de uma elite... Tinha um cidadão vestido de Louro José que era o artista principal da festa. Ele pulava, gritava, animava, aplaudia", pontuou.