O protesto em BH fez parte de uma rede nacional de atos, que teve edições hoje em cidades como São Paulo (SP) e Natal (RN). A manifestação teve como mote o lema "A esperança vai vencer o medo", o mesmo usado pelo presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na vitoriosa campanha eleitoral de 2002.
Para a pessolista Lorene Figueiredo, a mobilização foi uma importante "demarcação de posição".
"Os atos expressam a vontade dos militantes, das lideranças, dos movimentos sociais e do povo de retomar a construção de um país pelo direito ao futuro", pontuou, ao Estado de Minas.
Embora o Psol tenha candidatura própria em Minas, a legenda apoia Lula no plano nacional. "Estamos virando a página desse momento tão nefasto, dessa conjuntura tão ruim", completou ela, em menção a Bolsonaro.
Ao discursar para os presentes, Indira Xavier citou ícones do povo negro, como Zumbi dos Palmares, Aqualtune, Dandara e Teresa de Benguela.
"É por eles que temos de estar nas ruas para poder barrar toda e qualquer tentativa de golpe, retirada de direitos e retrocesso na nossa tão frágil democracia. Sem ela, é impossível a gente seguir organizando a resistência e a luta para pôr abaixo o sistema capitalista, verdadeiro responsável pela situação de miséria, fome e desemprego que vive nosso povo", disse.
Vanessa Portugal, por sua vez, afirmou que, além do 'fora, Bolsonaro', é preciso colocar fim à gestão de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais e concorrente à reeleição.
"É muito importante que a juventude e o conjunto da classe trabalhadora se organizem para derrotar esses dois governantes, mas é preciso derrotar a política que eles representam", pregou.
A candidata do PSTU pediu a construção de um "programa revolucionário", baseado na "independência de classe". "Junto com os donos das mineradoras, os banqueiros e os latifundiários, não vamos conseguir resolver os nossos problemas básicos de educação, saúde, moradia e emprego".
Ontem, Renata Regina já havia falado que seu partido, o PCB, vai permanecer compondo os atos de rua.
"Independentemente das eleições, somente uma mobilização ampla, contínua e organizada dos trabalhadores e estudantes poderá barrar e reverter privatizações, contrarreformas e todos os ataques aos nossos direitos".
Candidata a vice-presidente participa de ato em BH
A manifestação pró-democracia em BH teve, ainda, a participação da dentista Samara Martins, filiada à Unidade Popular e candidata a vice-presidente da República na chapa liderada pelo correligionário Leonardo Péricles.
Samara está em solo belo-horizontino para cumprir agendas ao lado de Indira Xavier. Amanhã, elas vão caminhar pela Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena (Feira Hippie), no Centro.
Hoje, Samara fez campanha para Indira e destacou o trabalho da colega de partido à frente da Casa de Referência Tina Martins, que acolhe mulheres vítimas de violência.
"Essa mulher é um exemplo da luta feminista no Brasil e na América latina. Organizar a primeira casa de resistência e referência de mulheres é tarefa de mulher corajosa. Minas precisa dessa coragem no governo", falou.
Lourdes Francisco (PCO), a outra candidata à esquerda na corrida ao Palácio Tiradentes, cumpriu agenda no Centro-Oeste mineiro.
Em BH, o dia teve, ainda, o conselho do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG). Além da presença de mulheres que concorrem ao governo, a atividade contou com a participação de Alexandre Kalil (PSD), que disputa o Executivo estadual com os apoios de PT, PCdoB, PV e PSB.
Candidatas estão tecnicamente empatadas
Na semana passada, pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo EM, apontou que Renata, Vanessa, Lorene, Indira e Lourdes Francisco estão tecnicamente empatadas. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
O pelotão à esquerda é aberto por Renata, que soma 0,9% das intenções de voto. Depois, vêm Vanessa (0,5%) e Lorene (0,3%). Indira e Lourdes não pontuaram. O grupo está tecnicamente empatado, também, com Marcus Pestana, do PSDB, que aparece com 1,1%.
O líder, Romeu Zema, soma 47,8%, e é seguido por Kalil, dono de 30,9% da preferência do eleitorado. O senador Carlos Viana (PL), candidato de Bolsonaro, tem 6,1%.
A sondagem F5/EM está registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-03242/2022 e BR-01335/2022.
O "Beabá da Política"