O Partido da Mulher Brasileira (PMB) protocolou no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) uma ação que pede a cassação da candidatura de Romeu Zema (Novo) ao governo de Minas Gerais e, ainda, a inelegibilidade do governador pelos próximos oito anos. De acordo com o documento, o pedido se vale por um suposto abuso de poder político e econômico.
“A candidatura do referido candidato mencionado não deve prosperar, uma vez que existem diversos indícios de irregularidades, evidências de desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal e possível inobservância da legislação eleitoral principalmente a utilização de espaço de órgão público do Poder Executivo para campanha eleitoral, cujo fato foi alvo de várias matérias jornalísticas, e por outros motivos que demonstraram que o impugnado não atendeu os requisitos necessários descrito expressamente na legislação pertinente será apresentada adiante”, reforça os autos do processo.
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De acordo com a lei eleitoral, é vedado utilizar do espaço público em “benefício de candidata, candidato, partido, coligação ou federação de partidos”. Tristão disse que é testemunha dos atos ilícitos de Romeu Zema frente ao governo e afirmou que o candidato à reeleição utiliza funcionários públicos para gerenciar sua campanha.
“Ele (Romeu Zema) utiliza da máquina pública para colocar pessoas em cargos públicos para se perpetuar no poder e diz não usar dinheiro público para fazer campanha, mas usa funcionários públicos para gerenciar sua própria campanha”, disse.
Tristão afirmou que não aceitou apoiar a reeleição de Romeu Zema neste pleito pois ele havia “descumprido promessas” ao povo mineiro.
“Eu fiz a campanha do Zema em 2018, fui um dos primeiros a apoiar o Zema. Ele se elegeu afirmando que era contra a reeleição, fatiou o governo para entregar cargos para partidos políticos, mas prometeu um governo técnico. Ele fez estelionato eleitoral”, acusou.
Além de questões eleitorais, a ação também aponta supostas improbidades administrativas relacionadas à gestão do atual governador, tais como os gastos previstos no edital do Rodoanel Metropolitano que não constam no orçamento, que podem chegar a R$ 5 bilhões.
A Lei de Responsabilidade Fiscal impede o comprometimento de receitas públicas nos oito meses anteriores ao fim do mandato. Como Romeu Zema tenta a reeleição, ele também esbarra na Lei Eleitoral neste quesito.
Outro ponto da ação denuncia a criação de 28 unidades da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O ato administrativo, de acordo com a Constituição Estadual, cabe ao governador, mas foi executado pelo Comandante-geral da PMMG, Coronel Rodrigo Souza Rodrigues, por meio de resolução em 4 de janeiro de 2022. O Ministério Público investiga o caso, analisando se houve irregularidades administrativas na promoção de policiais militares e na criação de novas unidades.
“Eu estava em uma inércia, porque eu estava vendo os crimes que ele (Romeu Zema) cometeu e eu não estava fazendo nada. A minha atitude é democrática. Mesmo se for deferido ou não, o povo está vendo que estamos atentos”, disse Tristão.