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Durante a visita, a senadora tentou se colocar como a candidata que pode romper a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula, que lideram as pesquisas de opinião. Mas, tanto durante entrevista à imprensa quanto no discurso para apoiadores, em nenhum momento citou nominalmente o atual presidente da República e o ex-presidente petista.
Ela também “comemorou” o seu “crescimento” nas pesquisas. Disse que, em “uma semana, subiu 150%”, pulando de “2% para 7%”, sem especificar a qual levantamento estava se referindo.
De fato, na pesquisa BTG Pactual, divulgada nesta segunda-feira, a emedebista aparece com 7% da preferência, mas com um crescimento somente de 1% em relação ao mesmo levantamento da semana anterior (05/09), na qual estava com 6%.
“Você me permite fazer um histórico? Sou a cara da mulher brasileira. A mulher brasileira é persistente. Ela é m resiliente. Ela é corajosa. Ninguém acreditava. Achavam primeiro que éramos café com leite, que não conseguiríamos enfrentar ex-ministros (Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta) naquela composição”, afirmou Simone Tebet. Ela se referia aos primeiros entendimentos para formalizar uma frente da terceira via e que, além de Moro e Mandetta, tinha o envolvimento do ex-governador paulista Joao Doria (PSDB) e do deputado federal Luciano Bivar (União Brasil).
A tentativa da chapa formal da terceira via acabou não dando certo. Doria, Bivar e Moro chegaram a lançar suas pré-candidaturas a presidente. Mas nenhum dos três conseguiu viabilizar o seu nome como concorrente ao Planalto.
“Eu dizia: ' eu vou até o final', 'eu não tenho medo'. Muitos saíram. Desistiram no meio do caminho. Não porque foram tirados. Eles acharam que o c aminho era difícil – 'não vou porque não vai dar certo'. Eu disse: eu não tenho medo”, completou a senadora do MDB, referindo ao processo que enfrentou para viabilizar sua candidatura, numa frente (“Coligação Brasil para todos”), que, além do seu partido, conta com o apoio do Cidadania, o PSDB e o Podemos.
“O Brasil precisa de uma voz feminina. O Brasil precisa também de uma mulher ao lado de candidatura masculinas para dizer o que nós, mulheres, queremos para nossos companheiros, para nossos filhos. E definitivamente não é este Brasil (que queremos). Eu não reconheço mais o Brasil que nós nascemos, o Brasil hoje dividido pelo ódio, onde as famílias não discutem mais política. Então, foi por resiliência, foi por persistência”, afirmou Simone Tebet, ao referir o motivo da decisão de ser candidata.
“Brasil quer paz”, afirma Tebet
Tebet afirmou que defende a pacificação na politica brasileira. “O Brasil quer paz. Sem paz, sem união, nós não vamos conseguir crescer e gerar emprego. As famílias, especialmente as mulheres, não toleram mais, não aguentam mais esse discurso de ódio. O Brasil tem a cultura paz. Sem isso, não vamos andar pra frente”, declarou.
“Nossa candidatura representa a moderação, o equilíbrio, o diálogo, que é fundamental para que a gente possa apresentar propostas e aprovar projetos relevantes para que o Brasil possa voltar a crescer e gerar empregos."
“Insegurança jurídica”.
A candidata do MDB disse ainda que, na condição atual, o Brasil enfrenta a insegurança jurídica, o que afasta investimentos externos. “A nossa candidatura é a única que garante previsibilidade, responsabilidade e segurança jurídica, que é o que falta para o Brasil trazer investimentos privados, os dólares necessários”, afirmou.
“Os investimentos da iniciativa privada que existem hoje no Brasil estão trancados porque, diante da insegurança (jurídica), ninguém quer apostar num país hoje que fica rivalizado, num país hoje fragmentado, que não tem projeto de Brasil.”
Ao se referir à “insegurança jurídica”, Simone Tebet, indiretamente, alfinetou o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque o STF recebeu críticas, feitas, principalmente, de alas bolsonaristas e defensores do ex-juiz Sérgio Moro, por decisões da Suprema Corte em relação às condenações do ex-presidente Luiz Inácio da Silva anuladas pelos seus ministros.
Na visita a Montes Claros, Simone Tebet foi acompanhada pelo presidente nacional do Cidadania, ex-senador Roberto Freire. E enfrentou uma situação de contraste: o prefeito da cidade, Humberto Souto é filiado ao Cidadania e tem uma gestão bem avaliada. Mas Souto apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Passagem ao lado de “figuras” de Lula e Bolsonaro
Simone Tebet, que também esteve acompanhada do deputado estadual Tadeuzinho Martins Leite (MDB), candidato à reeleição para Assembleia, e de outros apoiadores, incluindo prefeitos e ex-prefeitos do MBB na região, andou por alguns quarteirões do Centro comercial de Montes Claros e parou no “Café Galo”, ponto tradicional da cidade.
Pouco depois que iniciou a caminhada no Centro da cidade, na Rua Simeão Ribeiro (“Quarteirão do Povo”), a candidata do MDB ao Palácio do Planalto passou ao lado de imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro em toalhas expostas em uma loja. Ela acabou não percebendo os “retratos” dos seus concorrentes. A loja, de acordo com uma atendente do estabelecimento, vende as toalhas com as imagens de Lula e Bolsonaro pelo preço de R$ 25, cada.
Após a caminhada, Simone Tebet participou de um rápido encontro na sala de reuniões da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Montes Claros. A reunião contou somente com a participação de políticos e integrantes da “claque” que acompanhavam a candidata, sem envolver nenhum integrante da direção da entidade empresarial.