O governo de Jair Bolsonaro (PL) gastou ao menos R$ 74,5 mil com tratativas envolvendo a vinda do coração de Dom Pedro I ao Brasil.
O montante é composto por custos com a ida de embaixadores a Portugal, cerimônia de recepção em Brasília e instalação de câmeras -mas nem sequer inclui gastos com transporte da relíquia, que veio numa aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira).
Antes da chegada do coração do imperador para as comemorações do Bicentenário da Independência, o Itamaraty desembolsou R$ 70,5 mil com a ida de dois servidores a Portugal para acertar pormenores da viagem.
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Os embaixadores George Monteiro Prata e Guilherme Belli embarcaram para a cidade do Porto, onde o coração fica armazenado, no dia 24 de julho, de Brasília, e retornaram quatro dias depois.
Cada um gastou R$ 23,9 mil em passagens aéreas, ida e volta. A viagem foi solicitada com urgência, ou seja, foi confirmada com menos de 15 dias de antecedência. As diárias de Monteiro custaram R$ 12.293,89 e as de Belli, R$ 10.407,25.
"A missão terá por objetivo manter reuniões de trabalho com representantes da Câmara Municipal do Porto e da venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, entidades responsáveis pela relíquia, para acertar os pormenores do translado", diz o detalhamento.
Já com o coração em solo brasileiro, o Ministério de Relações Exteriores gastou R$ 545 na instalação de câmeras de segurança no interior da sala San Tiago Dantas, onde a relíquia ficou exposta na capital federal.
A pasta ainda desembolsou R$ 3.402 com serviços para a cerimônia de recepção do órgão no dia 22 de agosto -aluguel de equipamentos, sonorização, alimentos e bebidas no contexto de reuniões preparatórias, além de recepção de imprensa.
As informações foram obtidas pela reportagem via LAI (Lei de Acesso à Informação) e dados do Portal da Transparência do governo federal.
Segundo o Itamaraty, como o deslocamento aéreo foi realizado em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), as despesas são de responsabilidade do Ministério da Defesa. Procurada, a pasta não respondeu.
Segundo o Itamaraty, como o deslocamento aéreo foi realizado em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), as despesas são de responsabilidade do Ministério da Defesa. Procurada, a pasta não respondeu.
O coração está imerso em um vaso de vidro cheio de formol, que o tem conservado desde 1834. A relíquia foi trazida para o país para as comemorações dos 200 anos da Independência e foi levada de volta no dia 8 deste mês.
A decisão de Portugal de emprestar o coração de Dom Pedro I para as celebrações no Brasil foi tomada sob críticas de intelectuais de ambos os países.