Educação é, ao lado de saúde e segurança, um dos temas que mais aparece na boca dos candidatos em época de eleição. Pouco importa o cargo em disputa, o assunto se torna bandeira.
Mas como verificar se números, informações e acusações que miram direto os adversários são verdadeiros? Ou ainda, como checar se promessas de campanha relativas a ensino e aprendizado são realmente possíveis de serem cumpridas? O EM Confirma mostra hoje o passo a passo para você, eleitor, não cair numa rede de desinformação.
Leia: Eleições 2022: como identificar um conteúdo enganoso
Mas como verificar se números, informações e acusações que miram direto os adversários são verdadeiros? Ou ainda, como checar se promessas de campanha relativas a ensino e aprendizado são realmente possíveis de serem cumpridas? O EM Confirma mostra hoje o passo a passo para você, eleitor, não cair numa rede de desinformação.
Leia: Eleições 2022: como identificar um conteúdo enganoso
O Programa Núcleos de Checagem Eleitoral, liderado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), com apoio da Google News Initiative, do qual o Estado de Minas faz parte, é um bom começo.
Dados, estatísticas, metas e o que foi feito nos últimos anos podem ser checados também junto a fontes oficiais, logo, de confiança, como o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), braço do Ministério da Educação (MEC), responsável pelas principais avaliações do país (www.gov.br/inep).
E junto a organizações não-governamentais, que reúnem um rigoroso banco de dados sobre a educação brasileira e a evolução das políticas públicas no Brasil. Entre elas, estão Cenpec, Todos pela Educação, Fundação Lemann, Itaú Social, Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura. E o eleitor pode e deve sempre recorrer também ao texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e aos planos estaduais e federal de educação.
Dados, estatísticas, metas e o que foi feito nos últimos anos podem ser checados também junto a fontes oficiais, logo, de confiança, como o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), braço do Ministério da Educação (MEC), responsável pelas principais avaliações do país (www.gov.br/inep).
E junto a organizações não-governamentais, que reúnem um rigoroso banco de dados sobre a educação brasileira e a evolução das políticas públicas no Brasil. Entre elas, estão Cenpec, Todos pela Educação, Fundação Lemann, Itaú Social, Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura. E o eleitor pode e deve sempre recorrer também ao texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e aos planos estaduais e federal de educação.
Pedimos à presidente do Conselho de Administração do Cenpec, Anna Helena Altenfelder, para citar os temas mais explorados nas fake news.
Escola particular é melhor que a pública ou a pública não tem qualidade
FALSO
"A rede pública tem um enorme desafio, porque ela é para todos e particular é seletiva e excludente. Existe educação de qualidade nas escolas públicas, excelentes professores, secretarias municipais e estaduais que estão avançando e fazendo políticas que são referência", diz Anna. Ela destaca que os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostram pouca diferença entre os estudantes das duas redes. "Há boas escolas particulares e as não tão boas, assim como as boas públicas e aquelas com muitos desafios, principalmente as que atendem alunos mais pobres e pais com capital cultural menor. As particulares de ponta atendem uma parcela muito pequena da população."
A escola de antigamente era melhor que a de hoje
FALSO
"É falsa essa análise. A escola de antigamente era para muito poucos, ela excluía na entrada, no percurso e acabava expulsando alunos da escola. Há 50 anos, a escolaridade média do brasileiro era de pouco mais de três anos. Agora, é de 12. Na década de 80, metade das crianças que entravam na 1ª série eram reprovadas. Escola que apresentava bons resultados era a que selecionava os melhores. Hoje, sabemos que não há escola de qualidade se não for para todos", ressalta Anna Helena.
Progressão automática ou o mito de que a escola hoje não é boa, pois não reprova
FALSO
"Há vários estudos nacionais e internacionais segundo os quais reprovação não é ferramenta pedagógica eficiente. Reprovar não fará com que o aluno aprenda mais. Tem efeito psicológico na autoestima e crença na capacidade de aprender. Além disso, repetir do mesmo jeito aquilo que não teve sucesso não vai ajudar a avançar", afirma.
A presidente do Cenpec ressalta que o dinheiro gasto com uma reprovação deveria ser investido em processos de recuperação. Ela destaca que não defende passar de ano crianças que não aprenderam. "No conceito da progressão, crianças e jovens não são reprovados, mas a escola se organiza para garantir o aprendizado deles no ano seguinte. Algumas políticas não foram implementadas como deveriam e se formou esse fenômeno de avançar crianças que não aprenderam. Candidatos usam isso dizendo que vão voltar com a reprovação, quando o foco deveria ser garantir como crianças e jovens vão aprender."
Brasil tem investimento suficiente em educação e até maior que o de outras nações, inclusive desenvolvidas
NÃO É POR AÍ
"Se olhado o valor total, o do Brasil é maior. Mas, o investimento por aluno é muito abaixo que o de outros países, como os que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Eles já avançaram na inclusão e garantia de aprendizagem, o Brasil tem uma dívida histórica que precisa ser saldada", ressalta a presidente do Cenpec.
Discussões como sexualidade e questões de gênero na escola servem como doutrina
FALSO
A especialista lembra que está na BNCC o respeito à diversidade, às diferentes identidades, postura crítica e possibilidade do debate das ideias. "Isso é mal interpretado ou pessoas com agenda muito conservadora usam fake news para acabar com o caráter democrático. Cabe ao professor acolher, discutir, debater assunto e, se for interessante, convocar famílias e comunidade escolar para garantir respeito às diversidades e diferentes identidades", afirma.
Estudo das organizações Cenpec e Ação Educativa mostra que as famílias são a favor de que questões como respeito, tolerância e pensamento crítico sejam trabalhadas pela escola. Temas como militarização das escolas e educação religiosa têm aspectos progressistas na fala do público ouvido. "Uma pequena parcela usa esse movimento em prol de uma agenda conservadora, mas não tem adesão da população em geral", diz Anna Helena. O estudo contou com a realização do Centro de Estudos em Opinião Pública (Cesop/Unicamp) e Instituto Datafolha, e recursos do Fundo Malala.