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Estado de Minas ELEIÇÕES 22

Ouça os jingles dos candidatos a presidente

Enquanto Lula retoma jingle de 2002, Bolsonaro se coloca como líder do povo. Músicas de Ciro Gomes e Simone falam em terceira via


15/09/2022 10:14 - atualizado 15/09/2022 12:35

Seja durante a propaganda eleitoral, seja em spots de rádio e TV e até em anúncios na internet e postagens em redes sociais, a maior parte dos presidenciáveis investiu em jingles para turbinar as campanhas. Cada um dos candidatos apostou em uma estratégia diferente nas canções. 

Muito utilizados nas eleições brasileiras, os jingles funcionam como um “chiclete” para memorizar nome, número e principais pontos de uma proposta eleitoral. Autor do livro Jingles eleitorais e marketing político - uma dupla do barulho, Carlos Manhanelli explicou, durante entrevista à Rádio Câmara, que o jingle é uma peça publicitária muito utilizada desde 1929. Naquele ano, foi lançado o primeiro jingle, na campanha de Getúlio Vargas.

Para o especialista, o jingle não tem poder de eleger um candidato, mas é uma ferramenta poderosa para fixar propostas e os números. É também uma estratégia multiuso, já que pode ser veiculado em diversos locais. “Não existe melhor efeito de memorização como um jingle de qualidade”, afirmou. 

Conheça os jingles dos candidatos à presidência:
 

Jair Bolsonaro (PL)

Candidato à reeleição, Bolsonaro apostou em dois jingles. O principal é ‘Capitão do povo’, interpretado pela dupla sertaneja Mateus e Cristiano. Nele, Bolsonaro se coloca como um representante do povo, escolhido por Deus e defensor da família. A canção começa com o hino nacional e se assemelha a um hino evangélico. 

Além de aparecer no horário eleitoral, a peça publicitária vem sendo utilizada desde o lançamento da candidatura de Bolsonaro. 
 
Outro jingle usado por Bolsonaro remete às marchinhas de carnaval. Nele, Bolsonaro defende o Auxílio Brasil e promete a continuidade do projeto de distribuição de renda. “Alô alô, meu Brasil, Bolsa Família não existe mais”, começa o jingle.
 
 
Não publicado oficialmente nas redes sociais de Jair Bolsonaro, outro jingle foi postado no canal do YouTube do cantor Waguinho Bastos. Em ritmo de samba, a música foi cantada pela deputada Carla Zambelli (PL). Na letra, o jingle reforça o lema “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. 
 

Lula (PT)

Lula apostou no resgate do jingle que surgiu em 1989. Nas duas versões de “Sem medo de ser feliz”, populares e artistas entoam o famoso refrão “Lula lá”. Apesar do resgate do jingle, a campanha traz uma versão repaginada, que fala em retomada, esperança e crescimento.
 
Em outra peça publicitária, Lula é representado como “o cara”, em referência à famosa frase do ex-presidente americano Barack Obama ao petista. Com o ritmo de pisadinha, o refrão relembra as músicas que são sucesso no TikTok. “Faz o ‘L’, faz um coração grandão, desenrola, o Brasil tem jeito”, diz a letra. O jingle retoma a trajetória dos governos Lula (2003-2010). 
 
 
Na pegada sofrência, ‘Prova de amor’ fala da saudade do ex, da vontade do reencontro, em uma letra que valeria tanto para um ex amor quanto para a campanha de Lula, que aposta nesse sentimento de nostalgia. 
 
Em ritmo de lamúria, Lula utilizou, no programa eleitoral do dia 30/8, um jingle que falava em pedir a Deus fé e esperança para continuar. A peça não cita o nome do candidato e nem de Bolsonaro, seu principal rival na disputa eleitoral. 
 
 

Ciro Gomes (PDT)

Ciro Gomes lançou quatro jingles para a campanha de 2022. Em todos eles, o presidenciável aparece como terceira via para os eleitores. Em ‘Prefiro Ciro’, em ritmo de marchinha de carnaval, o presidenciável se coloca como “nem pandemônio e nem pandemia” e “não quero ficar parado e nem voltar para o passado”.
 
Em ‘Rebeldia da esperança’, a campanha apresenta uma versão da música ‘Sujeito de Sorte’, de Belchior. O jingle, que inclui um rap para alcançar o público jovem, troca o refrão “tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro, ano passado eu morri mas esse ano eu não morro” por “ tenho um amigo de fé, tenho tudo que eu prefiro, pro Brasil ficar de pé, estou ao lado do Ciro”.
 
Já em ‘Tá na hora de olhar pro Ciro’, a campanha ganha uma versão em samba e utiliza imagens de Lula e Bolsonaro furiosos, líderes nas pesquisas, para contrapor a um Ciro que aparece sorridente. 
 
 
O outro jingle de Ciro é ‘Forró da virada’, em que o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos se colocar “se não como a primeira, como a segunda opção”.
 

Simone Tebet (MDB)

Em seus três jingles, Simone Tebet se coloca como a alternativa feminina fora da polarização. Em ‘Eles não, Simone sim’, a candidata usa o lema anti-Bolsonaro ‘ele não’ utilizado na campanha de 2018.
 
Assim como o jingle anterior, “Sou Simone, sou guerreira, sou mulher” é entoado por uma cantora, mostrando a força feminina na política. “Sou a grande maioria da população, que pilota jato, empresa, automóvel e avião”.
 
 
Já “Simone, a nova esperança do Brasil” apresenta momentos da candidata durante a CPI da COVID e a coloca como a alternativa para “arrumar a casa”.  
 
 

Leonardo Péricles (UP)

Sem tempo no horário eleitoral, Leonardo Péricles apostou em um forró dançante de letra simples, mas chiclete. “É no Leonardo que eu vou votar. Leo Péricles vou votar. Leo 80, Unidade Popular”.

O jingle apresenta o candidato como preto, mineiro e representante do partido criando mais recentemente. A campanha não criou um clipe para o jingle, apenas a versão musical.
 

Luiz Felipe d’Ávila (Novo)

“Chega de escolher o menos pior” é o mote do jingle de Luiz Felipe d’Ávila. O candidato do Novo se apresenta como opção para unir o Brasil. “Agora é 30, vai, Felipe presidente”, diz o refrão.
 

Constituinte Eymael (DC)

O ‘democrata-cristão’ Eymael trouxe uma nova roupagem para o seu tradicional jingle, que usa desde 1998. O candidato postou nas redes sociais um vídeo em que o refrão “Ey-ey-Eymael” ganhou o ritmo do funk carioca. A versão chegou a viralizar logo no início do período eleitoral.
 

Soraya Thronicke (União Brasil)

Em ritmo de sertanejo universitário, Soraya Thronicke se apresenta como a novidade, responsável por unir o Brasil, em um trocadilho com o nome de seu partido. 
 

Outros candidatos

Os candidatos Vera Lúcia (PSTU) e Padre Kelmon (PTB) não divulgaram jingles em seus canais oficiais e nem responderam ao questionamento do Estado de Minas sobre o lançamento das peças publicitárias. Sofia Manzano (PCB) também não divulgou um jingle oficial, mas compartilhou em seu perfil do Instagram vídeos de apoiadores cantando “Olê, olê, olá, é na Sofia que eu vou votar. É 21” e “Vote na Sofia, saia da agonia”.
 
 


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