O deputado federal e candidato à reeleição Aécio Neves (PSDB) disse nesta quinta-feira (15/9), que sua derrota nas eleições presidenciais de 2014 se deu pela influência do Bolsa Família em converter votos para a candidata Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao Estado de Minas, o ex-governador disse que o programa de transferência de renda foi decisivo para a vitória petista.
Leia Mais
Aécio rebate Lula sobre 'animosidade': 'O PT criou o nós contra eles'Aécio Neves abre mão de disputar o Senado e vai tentar se reeleger deputadoPGR pede arquivamento de denúncia contra AécioAécio Neves: 'O PSDB está se preparando para voltar a governar Minas'Aécio sobre Bolsonaro: 'Está jogando fora uma grande oportunidade'Álvaro Dias e Moro: candidatos ao Senado pelo Paraná se enfrentam em debate“Quando o eleitorado em Minas pôde optar por votar no PT para a presidência da República e no PSDB para governo do estado, ele fez isso de forma muito natural nessas regiões. Era o chamado “Lulécio” naquela época. E não foi fruto de nenhuma articulação política formal, porque as pessoas reconheciam as ações do nosso governo, as estradas, a saúde, a educação melhor, a vida melhorando e ao mesmo tempo reconheciam a ação social do governo do PT, através desses programas assistencialistas Mas quando teve que votar entre um e outro, que foi na eleição presidencial (de 2014), que éramos nós contra o PT, optou pelo estômago, pelo Bolsa Família. Isso foi no Nordeste (do Brasil), isso foi em Minas. Eu não perdi a eleição para a Dilma, eu perdi a eleição para o Bolsa Familia”, disse.
Para Aécio, os programas de transferência de renda deveriam ser sucedidos por políticas de inclusão no mercado de trabalho. Na análise do deputado, aliar projetos como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil à conquista de votos pode ter um saldo negativo para o país e criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“A consequência pode ser perversa para o país. Estamos vendo que agora o presidente Bolsonaro percebeu isso e então vai na mesma linha, só tem um caminho, fortalecer mais os programas sociais buscando capitalizá-los eleitoralmente. Não sei se vai conseguir, acho até que não será fácil porque está muito enraizado na memória das pessoas o papel do PT nesses programas. Mas será que esse é o Brasil que nós queremos? O próximo vai ter que fazer um programa assistencialista maior para ter votos ou vamos emancipar esse país?”, questiona.
Aécio Neves fechou a sequência de candidatos à Câmara entrevistados pelo Estado de Minas. Foram convidados os candidatos a deputado federal que tendem a ser os "puxadores de votos" de seus partidos na eleição de outubro. Além dele, o podcast de Política "EM Entrevista" recebeu Duda Salabert (PDT), Reginaldo Lopes (PT) e Marcelo Álvaro Antônio (PL).