Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição e líder nas pesquisas ao governo de Minas Gerais, apostou no Norte de Minas, nesta quinta-feira (15/9), para convocar o eleitorado. Ele esteve em Janaúba, onde aproveitou entrevistas em rádios para tentar atrair votos e reunir uma base de deputados, caso seja reeleito, para ter maioria na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Em entrevista à rádio Torre FM, Zema comparou a vida de gestor em uma empresa privada para uma instituição pública. “São mundos diferentes, mas em ambos você lida com pessoas. A empresa que eu administrei tem 5 mil funcionários e o Estado tem 600 mil. Mas ser humano gosta de ser bem tratado, de respeito, não gosta de ser enrolado, gosta de ter perspectiva de crescimento pessoal e profissional”, declarou.
Ele aproveitou para ressaltar que no Estado ele também depende do Legislativo e que é um processo lento de negociações. “Você manobra com mais rapidez. Tudo no governo é um um trampo mais lento, muita coisa não depende só de mim, depende da Assembleia Legislativa”, apontou.
Logo depois, na rádio Onda Norte FM, Zema aproveitou para reforçar suas expectativas de eleger mais deputados. “A minha outra eleição foi totalmente diferente dessa. Fui sozinho como candidato e agora tenho 11 ou 12 partidos juntos conosco. Então nesta eleição teremos na Assembleia não 3 deputados como foi anteriormente, mas talvez 35, 40. Inclusive aqui de Janaúba, porque é uma cidade de porte expressivo e precisa de ter alguém representando no legislativo mineiro”, afirmou o atual governador.
Vale ressaltar que o chefe do Executivo estadual teve um recente imbróglio na Assembleia Legislativa, com o Regime de Recuperação Fiscal, onde a votação ficou travada e o governador não conseguiu uma base de deputados para homologar o acordo.
Críticas à gestão de Kalil em BH
Além disso, Zema também aproveitou para criticar a gestão de seu concorrente ao governo de Minas nas eleições deste ano, Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte. Ele apontou que a capital mineira foi conduzida de maneira indevida durante a pandemia de COVID-19. “Belo Horizonte foi uma cidade que foi conduzida sem escutar as partes envolvidas. Você pode ser governador, presidente, prefeito, mas tem que escutar todas as categorias”, ressaltou.
“Belo Horizonte foi uma das cidades que mais sofreu durante a pandemia com esse fechamento indiscriminado. Já escutei coisas terríveis de empreendedores que tiveram seu alvará cassado do dia para a noite. É como falar para alguém: ‘A partir de amanhã está proibido de trabalhar’. De onde a pessoa vai sobreviver, tirar recursos?”, observou.
“Quem vai a Belo Horizonte sabe muito bem que o nível de desemprego aumentou muito mais do que em outras regiões e hoje é uma cidade que está sofrendo as consequências disso”, completou, sem apresentar comprovações.
Reajuste aos servidores públicos
O governador também apontou que conta com apoio de boa parte dos servidores públicos. “Uma parte muito expressiva, a maioria, reconhece o esforço que nós fizemos em prol do servidor público”, afirmou.
Ele relembrou dos reajustes às categorias, inclusive da Segurança Pública, que foi um problema durante sua gestão, marcada por diversas greves. A categoria reivindicou várias vezes o acordo firmado pelo governador de recomposição salarial de 41% entre 2019 e 2021, mas apenas 14% foi concedido. “Esse ano demos um reajuste de 10% para todos, as Forças de Segurança já tiveram antes um outro de 14% há dois anos atrás e ainda tiveram um aumento de 200% no auxílio fardamento”, disse.
Exaltou feitos em sua gestão
Zema também exaltou feitos em sua gestão, como na Saúde. “Ficou uma grande herança da pandemia. São 590 leitos a mais, o estado comprou mais de 100 tomógrafos, Janaúba recebeu dois. Foram R$ 3 milhões de investimento”, contou.
Também na Educação, ele criticou a gestão de seu antecessor, Fernando Pimentel (PT). “A merenda escolar era uma vergonha, uma sopa de arroz em muitas escolas. O governo Pimentel, em 2018, mandou para a merenda escolar R$ 3 milhões para o estado todo. Este ano estou mandando R$ 340 milhões, mais de 110 vezes mais”, destacou.
Enquanto às estradas das rodovias mineiras, Zema disse: “Estive em Mato Verde na época das enchentes e priorizamos as piores. Ano a ano as rodovias mineiras estavam piorando, até ano passado. Esse ano, pela primeira vez, vamos reduzir isso. Em um estado do tamanho da França, com 27 mil km de rodovia, você não consegue recuperar rapidamente. Mas esse trabalho está em andamento.”
No início da tarde, Zema almoçou com lideranças e representantes dos setores produtivos. Logo mais, seguiu para caminhada “Pé no Chão e Minas no Coração”, na Praça Cristo Redentor, no Centro da cidade.
Agenda dos candidatos ao governo de MG
Carlos Viana (PL) esteve em Belo Horizonte e se reuniu com lideranças políticas e religiosas. Marcus Pestana (PSDB) foi ao Centro-Oeste de Minas, em Campo Belo e Divinópolis visitar as unidades de Saúde.
Cabo Tristão (PMB) iniciou a agenda em Belo Horizonte, em uma participação na TV Horizonte, passou por Barbacena à tarde para uma carreata com apoiadores e finalizou em Juiz de Fora para uma entrevista. Vanessa Portugal (PSTU) participou de um debate na UFMG e do Conselho de Representantes, em Contagem.
Lourdes Francisco (PCO) fez uma ação de panfletagem na UEMG. Lorene Figueiredo (PSOL) concedeu entrevista para a Rádio Itatiaia, no período da manhã, em Belo Horizonte. À tarde, a professora participou de panfletagem na Praça Sete.
Indira Xavier (UP) foi para Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde visitou famílias de porta a porta, conversou com comerciantes e também com pessoas em situação de extrema pobreza na região. Renata Regina (PCB) não enviou o material da campanha do dia até o fechamento da reportagem.