O encontro é mais um movimento da campanha do ex-presidente em busca da vitória no primeiro turno.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, a equipe do ex-presidente prepara uma ofensiva pelo voto útil e contra a abstenção, além de apostar na mobilização da militância nas ruas, para gerar uma onda decisiva na reta final da campanha presidencial.
Em sua fala, Cristovam disse que Lula é o melhor candidato para presidir o Brasil hoje e que é preciso liquidar a fatura do pleito no primeiro turno. Ele afirmou ainda que seria uma irresponsabilidade deixar a eleição para o segundo turno.Meirelles afirmou que participa do encontro "com tranquilidade e confiança", porque sabe o "que funciona e o que pode funcionar no Brasil". Ele citou dados da gestão de Lula, quando atuou como presidente do Banco Central, e disse se pautar pelos fatos.
"Mostrar quem faz, quem realiza. Essa história de só falatório pode impressionar muita gente, mas acredito em fatos. Olho e vejo o resultado em seu governo e isso nos faz estar aqui", disse.
Além de Meirelles e Cristovam, estiveram presentes nomes como o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, a ex-ministra Marina Silva (Rede), que declarou apoio a Lula na semana passada, o líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e João Goulart Filho.
Goulart Filho conta ter sido convidado para o encontro pelo ex-ministro Aloizio Mercadante no sábado (17). A equipe de Haddad também foi comunicada no sábado.
Ex-presidenciáveis que integram partidos da aliança em torno de Lula Heloísa Helena (Rede) e Eduardo Jorge (PV) não compareceram. A ex-senadora já declarou seu apoio neste ano ao pedetista Ciro Gomes.
Já Eduardo Jorge é eleitor declarado de Simone Tebet (MDB) e já se manifestou publicamente contra a participação de seu partido na federação que reúne também PT e PC do B. Ele diz não ter sido procurado para participar do encontro.
"[O comando da campanha de Lula] não procurou. Nem eu procuro eles. A última vez que eu e o Lula nos falamos foi no século passado", disse Eduardo Jorge.
Haddad disse que a reunião serve para "celebrar as diversidades e nossas diferenças". "Porque o que existe no lado oposto é o autoritarismo que quer anular as nossas diferenças."
Alckmin afirmou que os presentes no encontro tinham projetos diferentes para o Brasil em suas candidaturas, mas que sempre tiveram em comum "a pedra basilar que é o respeito à democracia e ao povo brasileiro".
"É momento de grande alegria reencontrar aqui lideranças com espírito público que pensam de forma diferente, em muitos setores, mas estão comprometidas com a democracia brasileira", disse Alckmin.
Antes do encontro, Boulos afirmou à imprensa que, apesar de suas divergências com nomes como Meirelles e Alckmin, o que permite esse encontro é que a eleição de Lula "é a forma de preservar a democracia brasileira diante de um fascista no governo".