Steven Levitsky, autor de "Como as Democracias Morrem", disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá tentar "deslegitimar o resultado das eleições". Para o cientista político, caso haja um segundo turno, o presidente irá alegar que há algo de errado com o resultado das eleições e irá tentar criar uma crise, assim como Donald Trump nas eleições de 2020. A declaração foi dada no Roda Viva, nessa segunda-feira (19/9).
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Ciro Nogueira sobre 'onda Lula': 'Marolinha quando chegar na praia'Veja as pesquisas para presidente que serão divulgadas nesta semanaBolsonaro desembarca em Nova York para Assembleia Geral da ONUFlávio Bolsonaro tentou retirar notícias do ar sobre compra de imóveisPara o especialista, neste momento, é arriscado votar em uma terceira via no 1º turno. Levitsky considera que o ideal é a união dos presidenciáveis para derrotar o presidente Jair Bolsonaro.
Ao ser questionado pelo filósofo Joel Pinheiro se ele acha arriscada a preferência por um candidato da terceira via, Levitsky disse que os candidatos não irão "nos levar a nada".
Ele destacou que é evidente que Bolsonaro irá perder as eleições, mas se o presidente conseguir ir para o segundo turno, a situação pode ser usada contra a democracia.
"Ele vai tentar deslegitimar o resultado das eleições, com certeza. Eu não sei como, eu não sei se ele conseguirá, mas ele vai tentar. Seus apoiadores e, talvez, até o exército vão tentar negar a legitimidade do resultado das eleições. Bolsonaro vai tentar criar uma crise. da mesma forma que Donald Trump criou", destacou.
"O melhor caminho, no meu ponto de vista, é evitar essa crise, é tirar o Bolsonaro da jogada logo no primeiro turno. Uma votação de 62 a 38, tirando o Bolsonaro logo no primeiro turno, para que ninguém possa contestar que o Bolsonaro foi derrotado de lavada", completou.
O cientista político disse que votar em uma terceira é "se dar ao luxo" de acreditar que eles têm chance de ir para o segundo turno com Lula e que isso pode causar uma disputa acirrada entre os principais adversários nesta eleição.
"Pode ser que fique 45 a 40 no primeiro turno. Pode ser que seja uma disputa acirrada. Hoje, as pesquisas mostram apenas 7, 8 pontos percentuais de diferença entre Lula e Bolsonaro. Bolsonaro está subindo e se a diferença for pouca, vai ser muito mais fácil. Esse foi o problema nos Estados Unidos, a disputa entre Trump e Biden foi acirrada, isso facilitou para que o Trump alega se que houve fraude, para tentar convencer as pessoas de que tinha algo de errado", opinou.