Durante discurso na abertura do debate geral da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “extirpou a corrupção sistêmica que existia no Brasil”. Para os chefes de estado presentes, o presidente ressaltou, indiretamente, que no período em que o PT esteve à frente do Brasil, houve corrupção e desvio de dinheiro na gestão da Petrobrás.
“No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares”, disse.
Sem citar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente pontuou que o “responsável” pela corrupção no país foi condenado e relembrou a quantia que foi devolvida aos cofres públicos durante a Operação Lava Jato. “Esse é o Brasil do passado”, completou o presidente.
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No entanto, suspeitas de corrupção continuam rondando o país também durante o governo Bolsonaro. Mais recentemente, o caso que ficou conhecido como “Escândalo do MEC”, que envolve o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso preventivamente pela Polícia Federal por prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do MEC.
Em 2021, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi acusado de dificultar a ação de fiscalização ambiental e patrocinar interesses privados de madeireiros investigados por extração ilegal de madeira.
De acordo com a notícia-crime encaminhada pela Polícia Federal para o Supremo Tribunal Federal (STF), Salles era parte de uma organização criminosa orquestrada por madeireiros, alvos da Operação Handroanthus, com o objetivo de obter vantagem de qualquer natureza. Salles pediu demissão do cargo em junho daquele ano, alegando uma "criminalização" de opiniões divergentes na área ambiental.
Ainda em 2021, durante a pandemia, o governo Bolsonaro foi suspeito de mais uma denúncia de corrupção. Neste caso, na pasta da Saúde. Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostraram que o governo aceitou negociar a compra da vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.