O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU para celebrar a queda nos preços dos combustíveis no Brasil e comemorar que a “economia voltou a crescer”. O presidente ressaltou a deflação no país e citou que os valores mais baixos da gasolina e da energia elétrica no Brasil foram parte de uma política de racionalização e não de “tabelamento de preços”.
“Tenho a satisfação de anunciar que tivemos deflação inédita no Brasil nos meses de julho e agosto. Desde junho, o preço da gasolina caiu mais de 30%. Hoje, um litro no Brasil custa cerca de US$ 0,90. O preço da energia elétrica também teve uma queda de mais de 15%. Quero ressaltar que o custo da energia não caiu por causa de tabelamento de preços ou qualquer outro tipo de intervenção estatal. Foi resultado de uma política de racionalização de impostos formulada e implementada com o apoio do Congresso Nacional”, disse, nesta terça-feira.
O preço mais baixo da gasolina no Brasil tem sido beneficiado pela queda do petróleo no cenário internacional. Outro ponto que explica a queda do preço dos combustíveis se dá pela diminuição de impostos.
O repasse da Petrobras às distribuidoras compõe apenas uma parte do preço do combustível para o consumidor final. Com a incidência das eleições deste ano, o governo Jair Bolsonaro realizou mudanças tributárias para ajudar na redução do preço dos combustíveis.
Inclusive, a deflação citada pelo presidente, segundo especialistas, advém dessa queda. A redução de impostos incidentes sobre produtos como combustíveis e energia colaborou na deflação na economia do país. Não há uma queda generalizada de preços, o que caracterizaria uma deflação "clássica".
Apesar de parecer algo positivo, pela queda de preços, a deflação persistente não é um bom sinal para a economia como um todo. O fenômeno pode significar uma debilidade da atividade econômica.
Na presença de outros chefes de estado, Bolsonaro afirmou que o Brasil está com uma economia em plena recuperação e que a oferta de empregos está em alta. Além disso, o presidente ressaltou que a pobreza no país, assim como no mundo, aumentou por meio do da pandemia, mas que no Brasil, ela começou a “cair de forma acentuada”.
“Apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de 2022 com uma economia em plena recuperação. Temos emprego em alta e inflação em baixa. A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada. Os números falam por si só. A estimativa é de que, no final de 2022, 4% das famílias brasileiras estejam vivendo abaixo da linha da pobreza extrema. Em 2019, eram 5,1%. Isso representa uma queda de mais de 20%”, afirmou.
O ex-capitão também ressaltou o Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, que distribui recursos de R$ 600 para as famílias em situação de extrema pobreza e pobreza no Brasil. No entanto, no discurso, Bolsonaro afirmou que o Auxílio oferece quase US$ 4 por dia às famílias.
“O Auxílio Brasil, programa de renda mínima criado pelo meu governo, durante a pandemia, que atende 20 milhões de famílias, faz pagamentos de quase US$ 4 por dia as mesmas. O desemprego caiu 5 pontos percentuais, chegando a 9,1%, taxa que não se via há 7 anos. Reduzimos a inflação, com estimativa de 6% no corrente ano”, completou.