A vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT) rebateu afirmações de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, sobre possíveis "fake news" a respeito da mineração na Serra do Curral. A parlamentar, candidata a deputada federal nas eleições de 2022, chamou Zema de "mentiroso".
A afirmação de Duda aconteceu quase duas horas após Zema afirmar no Twitter que "a Serra do Curral está protegida graças ao Governo de Minas". Ele também pediu atenção para a população não cair em "fake news".
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Fuad responde Zema sobre Serra do Curral: 'Não se trata de fake news'Kalil sobre mineração na Serra do Curral: 'aberração''Salve a Serra do Curral', disse candidato preso ao protestar contra ZemaSerra do Curral: STF quer respostas sobre mineração e tombamentoDataToalha do DataToalha: em quem votam os vendedores de toalhas dos candidatosAntes, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), também se manifestou por conta das afirmações de Zema. O novista tentará reeleição a governador no pleito de 2022 - o primeiro turno será em 2 de outubro.
"Governador, não se trata de fake news! Eu o convido a visitar comigo ainda hoje a Serra do Curral! São estas imagens que o senhor verá. Como Prefeito de BH, solicito que cancele hoje a autorização dada pelo Estado de Minas que permite a mineração no patrimônio dos mineiros", escreveu Fuad.
Entenda
Por volta das 3h da madrugada de 30 de abril deste ano, após 18 horas de reunião, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou um pedido de licenciamento da mineradora Taquaril Mineradora S.A. (Tamisa) para exploração da Serra da Curral, em uma área que abrange os municípios de BH, Nova Lima e Sabará. Os três órgãos estaduais votaram a favor do empreendimento.
Desde então, teve início um imbróglio sobre o caso. De um lado, a sociedade civil pressionava para que o cartão-postal de BH não fosse minerado, enquanto o governo mineiro defendia uma mineração tida como responsável.
Começou também uma corrida para tentar tombar a Serra do Curral em âmbito estadual. Após a licença concedida e investidas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para avançar no tema, o Governo de Minas, via Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA), sugeriu o reconhecimento.
Após adiamento de reuniões para tratar do tombamento, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu, depois de audiência de conciliação, em 5 de agosto, qualquer ato na Serra do Curral relativo à mineração da Tamisa. Há também críticas, especialmente de deputados estaduais, de que o reconhecimento via governo mineiro não garantiria a proteção da Serra do Curral.
Sem acordo na Justiça, a Prefeitura de BH também acionou, na última sexta-feira (16), o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar acelerar o processo de tombamento, a fim de impedir a atividade minerária.