Jornal Estado de Minas

EM CONFIRMA

Candidato que faz dancinha defendendo maconha existe, e vídeo é real

As redes sociais foram sacudidas por um vídeo no qual um suposto candidato a deputado estadual por Minas Gerais mexe e remexe, numa dança bem ritmada e com jingle que marca os espíritos, propondo a legalização da maconha. A ousadia provocou reação imediata em pessoas de todas as correntes políticas – e entre aquelas sem qualquer corrente também –, levando muita gente a se questionar se não se tratava de montagem. 







O EM Confirma verificou e concluiu que o vídeo é VERDADEIRO, e o candidato existe.  

O candidato em questão é Dário de Moura, do PSOL, filósofo e assessor parlamentar de 57 anos, morador de Belo Horizonte. Esta é a quarta vez que ele se apresenta em um pleito eleitoral – foi candidato a vereador da capital mineira em 2016 e 2020 e a deputado estadual em 2018, conforme registros do Tribunal Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

O vídeo foi postado no último 19 de setembro e, dois dias depois, bateu a marca de 1 milhão de visualizações no Tik Tok.  

Leia: Jingle de candidato de MG viraliza: 'Queremos bancada da maconha'

"Em todas as campanhas produzimos clipes e usamos linguagem criativa e com dose de humor para conduzir essa pauta a um território onde as candidaturas não vão. Ela é centrada na questão antiproibicionista, que para nós é central para se discutir outras pautas", afirma Dário.

Letras, cantores e batidas vêm de colegas integrantes do Bloco do Manjericão, que desfila no carnaval de BH. Se no início da campanha a letra do jingle já estava pronta, foi preciso tempo para aprimorar o vídeo, relata. "Em outras ocasiões, usamos muita colagem de vídeo. Nesta, produzimos sequência para conjugar letra e pauta política", conta. Para o candidato do PSOL, humor e leveza foram as formas encontradas "para falar de assunto sério e necessário".  

"Existem outros candidatos antiproibicionistas, mas não usam folha da maconha, a fotografia do candidato não expõe com virulência essa pauta. Entendem que o diálogo com a sociedade passa por outras vias", diz. "Nós discutimos segurança pública, saúde mental, política de investimento na universidade com produção de novas tecnologias. Queremos que maconha gere imposto para o Brasil." 

Também causou polêmica o trecho da música que diz "Boi, bala e bíblia, isso só nos envergonha". "Muitas pessoas estão me questionando se a bíblia envergonha. A bancada da bíblia envergonha, temos que proteger todas as formas de religião e religiosidade. Não tenho nada contra a bíblia. Pessoas devem ter respeito e o que essa bancada faz não é isso, é bem mais prejudicial à democracia brasileira e, nesse sentido, envergonha", diz. Agora, a mais nova celebridade do Tik Tok espera que a fama se traduza em votos.