Candidata ao governo de Minas Gerais pelo PCB, Renata Regina afirmou que a política precisa de mulheres comprometidas com os direitos delas e dos trabalhadores.
Ela falou ainda a respeito da violência política que enfrenta e que isso afasta candidatas de ingressarem em cargos eletivos.
Ela falou ainda a respeito da violência política que enfrenta e que isso afasta candidatas de ingressarem em cargos eletivos.
“Nas eleições de 2018, falavam que eu tinha que ser fuzilada e estuprada”, contou durante sua participação no podcast de Política "EM Entrevista", do Estado de Minas, desta quarta-feira (21/9).
“Considerando que somos a maioria da população, a representatividade feminina ainda é muito baixa em todos os espaços de poder. Mas não precisamos apenas de mais mulheres atuando politicamente, disputando processo eleitoral e sendo eleitas. Precisamos de mulheres trabalhadoras com compromisso de classe para defender os direitos das mulheres e de toda a classe trabalhadora”, afirmou.
Ela ressaltou que algumas mulheres com cargos eletivos atuam contra os direitos das mulheres e defendem mecanismos que acabam limitando a participação feminina. “Como medidas que enfraquecem políticas públicas, ou mesmo se posicionando contrárias à legalização do aborto. A maioria das mulheres na Câmara e no Senado se colocam contrárias a ela”, disse.
A candidata destacou ainda que apenas os partidos de esquerda têm candidatas mulheres ao governo: “Conseguimos avançar muito e temos um número expressivo de mulheres participando nesta eleição”.
A chapa do PCB ao governo de Minas é feminina, a candidata à vice de Renata Regina é Tuani Guimarães, professora da rede estadual de educação. Já para concorrer à Presidência da República, a postulante é Sofia Manzano.
“Acredito que o resultado deste ano será melhor que o de 2018, porque temos mais mulheres participando do processo eleitoral, mas ainda assim abaixo do número de homens tanto no estado quanto no cenário nacional. Isso é muito em função do machismo que é estrutural na nossa sociedade", comentou.
Outro ponto que dificulta a participação das mulheres na política, segundo ela, são as múltiplas jornadas de trabalho que elas enfrentam. A candidata contou também que já foi vítima de violência política.
“As eleições de 2018 foram as que sofri mais ataques e ameaças, principalmente nas redes. Falavam que eu tinha que ser fuzilada e estuprada”, recordou. Na disputa deste ano, ela disse que se surpreendeu e recebeu apenas comentários impertinentes: “Não deixa de ser um tipo de violência também".
Omissão do governo Zema
A candidata também criticou o atual governador Romeu Zema (Novo). Segundo ela, o atual governo foi omisso e negligente em todas as áreas sociais. “Não garantiu fornecimento de alimentos para os estudantes da rede estadual de ensino. Hesitou várias vezes em decretar o fechamento do comércio, garantir que as pessoas pudessem ficar em casa no pior momento da pandemia. Pecou na garantia que as vacinas chegassem o mais brevemente possível no estado”, disse.
Ela enfatizou ainda que Zema segue reafirmando o compromisso com a privatização de todo o serviço público: “O descaso e a omissão dele é geral".
Mineração
A candidata acredita que é preciso haver territórios livres de mineração: “A Serra do Curral é um deles. Por razões óbvias, nem é preciso entrar em dados e questões técnicas. Se continuar minerando a serra vai acabar”.
E destacou questões ambientais como risco para o abastecimento de água da Grande BH. “Fora o impacto na saúde das pessoas. A mineração quando não mata, por meio de um crime ambiental, adoece as pessoas", declarou.
E destacou questões ambientais como risco para o abastecimento de água da Grande BH. “Fora o impacto na saúde das pessoas. A mineração quando não mata, por meio de um crime ambiental, adoece as pessoas", declarou.
Ela também afirmou que os licenciamentos concedidos devem ser revistos, por indícios de irregularidades, incluindo o processo de licenciamento da Serra do Curral. “A população é que deve ditar o ritmo e a destinação dos recursos”, sintetizou.