Depois de fazer passeio de moto e discursar para apoiadores em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) seguiu, no fim da tarde de ontem, para Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para outro evento de campanha. Ao chegar, ele voltou a falar que conta com o apoio da maioria do eleitorado brasileiro. “Hoje, em Divinópolis, algo fantástico aconteceu. Nunca vi tanta gente. Nunca vimos tanta gente nas ruas em motociata. Essa é a certeza que temos a maioria do povo. Que vamos fazer a coisa certa. Temos certeza do que queremos para o Brasil. Somos um povo maravilhoso, mas escravos de nossas decisões. Não podemos errar, faltam nove dias para a grande decisão. O bem precisa vencer em 2022”, afirmou. Em discurso, ele também declarou: “Vamos rumo à vitória. Eu tenho certeza!”
Bolsonaro foi a Contagem participar do evento Mulheres pelo Brasil, que contou com a presença de muitas crianças, em um hotel. Como no discurso em Divinópolis, ele atacou novamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citou sua “missão” no Palácio do Planalto, deu testemunho evangélico e ressaltou novamente sua pauta de costumes. O comício não contou com a participação da primeira-dama, Michelle. A ausência da pauta feminina foi substituída pela evangélica. Em meio ao comício, diversos pastores oraram pelo presidente e pediram a Deus pela “pátria brasileira”.
O evento estava marcado para começar às 17h, mas o presidente se atrasou depois que o avião da Força Aérea Brasileira, em que ele estava e vinha de Divinópolis, arremeteu ao chegar a BH. A aeronave Embraer C-99A passou por dificuldades depois que um pássaro colidiu com ela e aterrissou após 10 minutos, depois da primeira tentativa de pouso. Entre os líderes religiosos que receberam o presidente estava o pastor Márcio Valadão, que puxou oração pela vida do presidente. “Vamos orar pela eleição. Que cada um escolha um candidato. Que os pobres, mulheres e homens escolham bem”, pregou o pastor.
Em seguida, Bolsonaro discursou. Disse sentir paz em ser presidente porque na “cadeira presidencial não senta um comunista, ladrão e safado”, fazendo referência a Lula. “Peço a Deus que continue me dando força, coragem e sabedoria. Preciso agradecer por esse mandato. Não é fácil”, afirmou. Em meio aos aplausos e gritos contra o petista, Bolsonaro pediu coragem aos eleitores. “Precisamos decidir. Nós juramos dar a vida pela pátria. Nós brasileiros juramos a vida pela liberdade. Vamos comparecer às urnas no próximo dia 2”, seguiu.
O presidente garantiu ter uma “missão” no Planalto. “Vocês sabem que é um mistério minha eleição. Nada eu tinha para eleger. Não tinha partido. Não tinha fundo partidário. Não tinha apoio da mídia. Vocês precisam entender o que é sistema. Como aos poucos vivemos do trabalho”, declarou. “Vocês sabem, que em momentos difíceis, que passamos na pandemia. A gente lamenta as mortes mas vocês sentiram a ditadura. Vocês lembram que fecharam as igrejas? Não fecharam igrejas nem na guerra. Queriam que a gente acreditasse que estávamos defendendo. O que tem melhor para nós? É a nossa liberdade”, seguiu. Bolsonaro disse também que “não errou em nenhuma das atitudes” à frente do Planalto.
Durante a fala, ele voltou a defender pautas de costumes, contra o aborto, drogas e ideologia de gênero. “Nos do lado de cá defendemos a vida desde a sua concepção. O outro lado , quer legalizar a droga no Brasil. Esse candidato não sabe a dor da mãe que tem um filho usando drogas. Querem votar para ideologia de gênero. A educação quem dá é pai e mãe. Falam que família é coisa do passado. Eles não têm respeito pela família. Nós aqui entendemos que a família é uma dádiva de Deus.”
No discurso, o chefe do Executivo também afirmou que “voto não é mercadoria” e sim, “responsabilidade”. “Fui candidato voluntário e vocês me deram a vitória. Eu devo lealdade a cada um de vocês. Para onde vocês apontarem, meu governo vai marchar”, disse. “Nós sabemos o que o povo quer. E por Deus, vamos transformar o Brasil em uma grande nação. Apesar das dificuldades, ao longo destes três anos, sinto que sou compensado. Vamos rumo à vitória! Eu tenho certeza! Porque o Brasil é do senhor.”
MULHERES
Em conversa com o Estado de Minas, a candidata a deputada estadual Amanda Teixeira Dias (PL) defendeu a pauta das mulheres. Nas últimas pesquisas eleitorais, Bolsonaro acabou sendo o mais rejeitado pela categoria.
Para a filha do ex-deputado Marcelo Álvaro Antônio, o comício em Contagem serviu para “mostrar a força que o presidente tem com as mulheres”. “O presidente Bolsonaro é muito querido pelas tias do zap, pelas mulheres jovens, como eu, pelas mães.” Amanda foi uma das mulheres escolhidas para representar a pauta feminina ao lado do presidente, em Contagem. Questionada sobre as pesquisas, a candidata afirmou que não acredita nos resultados porque eles são “financiados pelo PCC”.