A oito dias do primeiro turno das eleições, os candidatos à presidência da República participaram neste sábado (24/9) do debate promovido pelo SBT e transmitido em Minas pela TV Alterosa. Sem a presença de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os postulantes ao Palácio do Planalto aproveitaram para criticar o petista. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou se defender após ser chamado de “mentiroso” e “corrupto”.
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Empatados em terceiro lugar dentro da margem de erro das pesquisas eleitorais, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) criticaram Lula, que tem defendido o voto útil para vencer em primeiro turno.
"É lamentável que um candidato que diz que precisa fazer um voto útil para enfrentar o fascismo não venha na presença do adversário mostrar o fascismo dele. Eu estou aqui. Vou denunciar a corrupção, o fascismo, e mostrar que o Brasil tem saída", declarou Ciro.
"É lamentável que um candidato que diz que precisa fazer um voto útil para enfrentar o fascismo não venha na presença do adversário mostrar o fascismo dele. Eu estou aqui. Vou denunciar a corrupção, o fascismo, e mostrar que o Brasil tem saída", declarou Ciro.
Tebet frisou que o ex-presidente deveria apresentar os planos e projetos para um eventual mandato a partir de 2023. "Me espanta quem prega o voto útil correr de um debate. Fugir de se expor, de se apresentar ao Brasil e falar quais são as suas propostas".
Soraya Thronicke (União) comparou a conversa entre os presidenciáveis como uma entrevista de emprego e apontou que o petista “não gosta de trabalhar”. “Uma sabatina, um debate, é como uma entrevista de emprego. Você contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Este é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece o seu voto de maneira nenhuma. Ele não veio sequer a uma entrevista de emprego, uma covardia. Isso é coisa de quem não gosta de trabalhar”.
Durante o debate, o chefe do Executivo foi chamado de corrupto pelos presidenciáveis. “Bolsonaro teve a oportunidade de ouro porque foi eleito em função da mais devastadora crise econômica da história brasileira em cima do mais generalizado escândalo de corrupção. Infelizmente foi levado ao constrangimento porque teve filhos denunciados igual ao Lula e rendeu-se a corrupção”, ressaltou Ciro.
Bolsonaro é chamado de corrupto e mentiroso
Durante o debate, o chefe do Executivo foi chamado de corrupto pelos presidenciáveis. “Bolsonaro teve a oportunidade de ouro porque foi eleito em função da mais devastadora crise econômica da história brasileira em cima do mais generalizado escândalo de corrupção. Infelizmente foi levado ao constrangimento porque teve filhos denunciados igual ao Lula e rendeu-se a corrupção”, ressaltou Ciro.
Soraya Thronicke, apoiadora de Bolsonaro em 2018, sentiu-se decepcionada. “Nós levantamos as bandeiras do combate à corrupção, a economia de mercado liberal, o respeito às instituições que é onde o conservadorismo começa. (....) Sabe o que sinto? Decepção e tristeza. Acreditei, mas ele abandonou essas bandeiras”, apontou.
Tebet acusou o presidente de mentir em rede nacional na declaração de apoio às mulheres e apontou que ele “é um péssimo exemplo”. Bolsonaro rebateu a senadora. “Eu defendo as mulheres, não da boca para fora. Defendo de fato. A senhora não defendeu duas médicas que foram na CPI da COVID, foram maltratadas, pisoteadas por suas colegas e a senhora não fez nada”.
Tebet respondeu Bolsonaro e o associou ao persnagem Pinóquio: “Eu recebi violência política dos seus ministros e não vi o senhor em nenhum momento fazer defesa das senadoras agredidas na CPI. Mas você é um péssimo exemplo porque mente em cadeia nacional”.
Jair Bolsonaro reclamou das declarações dos colegas. “Eu quero um direito de resposta, estou sendo chamado de corrupto aqui. Quero saber qual a acusação, só isso”, pediu. A princípio, os dois pedidos foram negados por não conter ofensa pessoal.
Logo depois, conseguiu se defender. "As duas senadoras aqui presentes votaram para derrubar o veto do dito orçamento secreto". Enquanto isso, Soraya e Simone apontaram que não é verdade e também pediram direito de resposta.
O presidente ainda chamou a candidata do União Brasil de "estelionatária". "A senhora não me elegeu, todo seu material de campanha em santinho e vídeos está escrito 'a candidata de Bolsonaro'. A senhora foi uma estelionatária por conta das eleições".
Padre Kelmon defende Bolsonaro
Padre Kelmon (PTB) saiu em defesa de Bolsonaro após os ataques dos demais concorrentes. “Todos esses candidatos aqui atacando um só: o presidente da República. Estou só observando a fala de cada um. Cinco contra um. Mas agora são cinco contra dois porque nós somos candidatos de direita”.
Escolhido por Bolsonaro para a primeira pergunta do presidente no programa, Kelmon declarou que Lula é amigo de Daniel Ortega, presidente da Nicarágua. "Padres são presos, freiras são expulsas do país. Rádio e televisão são fechadas. Ortega, o ditador, é amigo íntimo de Lula. E o Lula diz que essas questões nós não devemos nos envolver. Pergunto ao senhor Padre Kelmon, o Brasil deve fazer gestões contra esse tipo de ditadura pelo mundo?".
Padre Kelmon disse que 84% da população brasileira é cristã e que correm "os mesmos riscos" que a população do país da América Central. "A Nicarágua foi tomada por um ditador há 20 anos e que está perseguindo nessas últimas duas semanas, nós acompanhamos por todos os meios de comunicação, a perseguição ferrenha aos cristão. Padres que estão na cadeia, bispo que está preso, o povo que não pode mais frequentar as missas, não está tendo mais celebração”.
Para o candidato do PTB, isso é uma "perseguição explícita" aos cristãos. Segundo ele, o Brasil corre esse risco, pois Daniel Ortega é amigo do "Grupo do Foro de São Paulo", organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerda.
O padre também aproveitou para fazer críticas ao feminismo quando questionou Simone Tebet sobre aborto. “A senhora se diz feminista, dentro desta agenda está o apoio incondicional à legalização do aborto. A senhora concorda? Como presidente apoiará o assassinato de bebês indefesos no ventre de suas mães?”, perguntou.
A senadora respondeu: “Candidato, o meu conceito de feminista é diferente do seu conceito. Sabe o que para mim é ser feminista? Defender o direito das mulheres. De ganhar iguais salários que os dos homens porque a mulher preta no Brasil recebe até 40% menos. O meu feminismo é pela primeira vez uma mulher presidente da Comissão de Combate à Violência contra Mulher, exigir leis mais severas para colocar na cadeia homens que batem covardemente em mulher. É isso que é ser feminista.”
Em seguida, Simone ressaltou que é cristã, mas não se confessaria com ele. “Eu sou católica, padre. Lamento sua visão seletiva. Confesso que tenho dúvidas se teria coragem de me confessar com você”.
Felipe d’Ávila menciona Zema
Felipe d’Ávila (Novo) mencionou o nome do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, no debate do SBT. Segundo ele, o candidato à reeleição no estado “acabou com o PT”, que agora apoia a candidatura de Alexandre Kalil (PSD).
Em críticas a Bolsonaro, d'Ávila citou Zema em Minas. “Você que está nos assistindo vai entender a diferença de um governo do Novo para o governo Bolsonaro. Nós elegemos Romeu Zema, governador de Minas Gerais, que acabou com o PT no estado”.
O candidato prevê a reeleição do governador mineiro no 1° turno. “O PT sequer lançou candidato ao governo do estado porque sabe que vai ser dizimado pelo Zema. Ele vai ganhar em primeiro turno porque é um governo sério, arrumou as contas, atraiu investimento, colocou Minas nos trilhos e acabou com a corrupção do PT”.
Logo depois, d'Ávila atacou Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Infelizmente neste governo Bolsonaro as pessoas parecem que estão com saudades de novo do PT, deste partido corrupto, desse Barrabás que vem assaltando o Brasil e foi preso. Querem colocá-lo novamente na presidência da República”.
Os candidatos Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (MDB), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Felipe d'Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) participaram neste sábado (24) do debate de presidenciáveis no SBT. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisou que não compareceria devido a um conflito de agenda.
Debate no SBT
Os candidatos Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (MDB), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Felipe d'Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) participaram neste sábado (24) do debate de presidenciáveis no SBT. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisou que não compareceria devido a um conflito de agenda.
O encontro foi promovido pelo SBT em um pool de veículos de mídia formado pela CNN Brasil, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal de notícias Terra e a Rádio Nova Brasil FM. O programa teve mediação de Carlos Nascimento.
Foram quatro blocos com duração total de cerca de duas horas. Em dois, os candidatos escolheram para qual adversário perguntar, com direito a réplica e tréplica. Nos outros dois, eles responderam perguntas dos jornalistas dos veículos que compuseram o pool.