A Algar Telecom, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, tenta identificar a pessoa que usou sua plataforma para disparar mensagens em apoio ao presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), com teor antidemocrático. Os torpedos foram enviados por meio de um número contratado pela Celepar, empresa de tecnologia do governo do Paraná.
Entre sexta-feira (23/9) e domingo (25/9), quase 325 mil celulares dos estados de Paraná, Santa Catarina e São Paulo receberam um SMS que dizia: "Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o Congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!”.
A Celepar havia contratado a Algar Telecom para prestação de serviços públicos como envio de mensagens de caráter institucional. A conta de um usuário de sistema da telecom mineira foi usada para ter acesso aos contatos e enviado as mensagens.
Por meio de nota, a Algar informou que ainda não é possível determinar o autor dos disparos, mas que é possível dizer qual conta foi utilizada para os disparos indevidos. “A companhia reforça que houve um acesso indevido e não autorizado à plataforma e que, desde a confirmação do ocorrido, registrou o fato perante as autoridades competentes, incluindo o registro do fato perante as autoridades policiais para investigação do fato e identificação do possível autor”.
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A empresa de Uberlândia ainda faz análise interna com o apoio de consultores independentes e especializados.
Também por meio de nota, a Celepar diz que notificou a Alagar para apresentar esclarecimento e negou qualquer que não teve qualquer iniciativa ou envolvimento com as mensagens enviadas. O texto diz ainda que órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas. A Celepar disse ainda que “repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços”.
Reação e investigação
O Ministério Público de Minas Geras, por meio do Procon Estadual, informou que vai abrir um procedimento administrativo contra a Algar.Ao mesmo tempo, a campanha do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende acionar a Justiça por conta das mensagens.
O próprio governo do Paraná divulgou que também vai abrir investigação para apurar o episódio.