O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chamou de falsas e mentirosas as conclusões sobre as urnas eletrônicas publicadas nesta quarta-feira (28/9) pelo Partido Liberal (PL), legenda do presidente Jair Bolsonaro. O relatório chamado de “resultado da auditoria de conformidade do PL no TSE" diz que há vulnerabilidade no sistema eleitoral brasileiro.
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O relatório do PL
O partido contratou uma equipe técnica comandada pelo engenheiro Carlos Rocha para realizar o relatório. Os resultados finais foram divulgados em um documento que resume, em duas páginas, um trabalho com mais de 130, segundo o responsável pela análise.
A conclusão diz que "o quadro de atraso encontrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)" pode resultar em invasão nos sistemas eleitorais e impactar no resultado do pleito. Segundo Rocha, o objetivo do PL é colaborar com a Justiça Eleitoral de forma construtiva.
Ainda segundo o responsável pelo relatório, o documento recomenda que o TSE tome ações para realizar a auditoria dos votos independente do funcionamento da urna eletrônica na seção eleitoral.
O sistema eleitoral é alvo recorrente do presidente Jair Bolsonaro desde as eleições de 2018, as quais ele afirma ter vencido no primeiro turno e sido alvo de fraude, sem jamais ter comprovado o fato, no entanto.
Em contrapartida às suspeitas levantadas pelo próprio partido, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, visitou o TSE e negou a existência de uma ‘sala secreta’, também nesta quarta-feira. O termo foi reiteradamente citado por Bolsonaro como sendo um ambiente onde a apuração dos votos aconteceria sem transparência e sem a possibilidade de auditoria.
Essas e outras acusações de Bolsonaro já haviam sido desmentidas pelo TSE. O espaço de contabilização dos votos nas urnas é aberto aos partidos e fiscais das eleições. A instância superior da Justiça Eleitoral também reitera que nunca houve comprovação de fraude sistêmica nas urnas eletrônicas.