Apesar de todo tipo de esforço, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chega à reta final do primeiro turno da eleição deste ano como o candidato mais rejeitado no páreo. Dizem não votar nele de jeito nenhum 52%, ante 39% que afirmam isso do líder da corrida, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É o que aferiu a nova pesquisa do Datafolha, que ouviu 6.800 pessoas de terça (27) a quinta (29) em 332 cidades. A primeira rodada da eleição é neste domingo (2), e haverá um segundo turno no dia 30 de outubro caso nenhum candidato tenha 50% mais um dos votos válidos (sem nulos e brancos).
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Além disso, tentou modular o tom de sua agressiva retórica pública, ora a acirrando para fidelizar seu eleitorado na casa dos 30%, ora buscando acenar a setores de centro que o apoiaram em 2018. Deu atenção especial às mulheres, onde é mais rejeitado e tem pior intenção de voto, colocando a primeira-dama Michelle no centro de sua campanha.
Não funcionou nesse particular: rejeitam o presidente como candidato 56% das eleitoras, o volumoso grupo amostral de 52% dos ouvidos pelo Datafolha.
Já Lula viu sua rejeição subir um pouco ao longo da campanha, mas está estacionado na faixa atual, sinal de que a elevação do tom dos ataques de Bolsonaro contra si, recuperando acusações antigas de corrupção e chamando o ex-presidente de ladrão de forma contundente, não surtiu muito efeito.
Ainda assim, a rejeição do petista não é baixa, o que comprova o caráter plebiscitário deste pleito, que adiantou com o esmagamento das candidaturas alternativas uma disputa de segundo turno para o primeiro --restando saber se ele trará ou não uma decisão no domingo.
Os terceiros colocados na corrida mantiveram sua rejeição estável. Não votam de forma alguma em Ciro Gomes (PDT) 24%, e em Simone Tebet (MDB), 15%.
A pesquisa do Datafolha tem dois pontos percentuais de margem de erro, foi encomendada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-09479/2022. O índice de confiança é de 95%.