O ex-deputado federal Marcus Pestana, candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, afirma que a aprovação de Romeu Zema (Novo), postulante à reeleição, está amparada em "duas mentiras". Nesta quinta-feira (29/9), ao participar do "EM Entrevista", podcast de Política do Estado de Minas, o tucano disse que Zema tenta parecer um homem "simplezinho" e utiliza o antecessor, Fernando Pimentel (PT), como uma espécie de escudo. Segundo Pestana, ao contrário do que garante Zema, a situação fiscal do estado não está organizada.
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TRE determina retirada do site 'mentiras do Kalil' do arSaiba como foi o dia dos candidatos ao governo de MG nesta quinta (29)Datafolha em Minas: Zema tem 50%; Kalil vai a 30%Confiante, Pestana fala em 'garimpar votos' de Zema e Kalil na reta finalPara o tucano, que apareceu com 1% das intenções de voto na pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha, a personalidade de Zema é fruto de "marketing, falsidade e forçação de barra".
"Acho muito demagógico. Cozinho e lavo meus pratos, mas não fico colocando em rede social. Não é assunto público. Isso foi feito durante quatro anos: criar essa imagem do mineirinho simplezinho, igual a todos e caipira. Fico muito irritado, porque não existe, em Minas, esse caipira meio bobo que, às vezes, exagera", protestou.
'Dorme e sonha com Pimentel'
Segundo Pestana, Zema utiliza Fernando Pimentel como "cabo eleitoral". Embora tenha chamado o governo do petista de "desastroso", o tucano afirmou que o atual governador recorre à gestão passada para, erroneamente, defender a tese de que as contas públicas estão "nos trilhos. "Ele parece que não governa. Parece que ele dorme e sonha com o Pimentel", falou."Foi um governo muito mal avaliado, julgado, do ponto de vista popular, em 2018. Pimentel recebeu a resposta e Zema se apropria disso, dizendo que colocou a casa em ordem. Mas a Secretaria Nacional do Tesouro do governo Bolsonaro, onde só há especialistas em finanças públicas, dão nota D para Minas. Paraíba e Espírito Santo têm nota A. Será que Paulo Guedes, por alguma perversidade, está mentindo?", perguntou.
Pestana mencionou, ainda, o Centro de Lideranças Políticas (CLP), fundado pelo cientista político Felipe d'Avila, presidenciável do Novo, que fez levantamento a respeito das finanças dos estados. "Na solidez fiscal, e Zema falou que pôs o trem nos trilhos, Minas está em penúltimo lugar, na zona de rebaixamento. Só o Rio Grande do Norte está atrás".
'Forças policiais não confiam no governador'
O candidato a vice-governador na chapa de Pestana, Paulo Brant (PSDB), concorre à reeleição. Rompido com Zema desde que ficou sem equipe de gabinete por ter decidido integrar uma coligação rival, Brant deixou o Novo em 2020, em meio a uma crise entre o Palácio Tiradentes e as forças de segurança. À época, policiais cobravam o cumprimento de um acordo de recomposição salarial assinado por Zema no ano anterior. O trato, transformado em projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa, previa o pagamento das perdas inflacionárias em três parcelas: a ideia era repor 13% em julho de 2020; em setembro de 2021, seriam acrescidos mais 12%; em setembro deste ano, viria a etapa final, com outros 12%. Neste ano, houve manifestações de rua com reivindicações ao reajuste.
"Mineiro gosta de que palavra dada seja palavra cumprida. As forças policiais de Minas não confiam no governador. Vou retomar isso: a interlocução. Zema não conversa com ninguém, não dialoga, terceiriza o diálogo a seus assessores mais próximos", criticou Pestana. "Ele quebrou a palavra. Assinou um documento, anunciou, mandou um projeto à Assembleia e vetou o próprio projeto. Isso criou uma ruptura de credibilidade e confiança com as polícias. E Paulo Brant era um interlocutor de confiança das polícias. Se sentiu traído", emendou.
No início do mês, também ao "EM Entrevista", Brant afirmou que a determinação de vetar parte do acordo partiu da direção nacional do Novo. "Para mim, foi a gota d'água. Entre o governo e o partido, o governador tem que optar pelo governo. Ele foi eleito para governar para todos, e não para seu partido. É um princípio republicano".