Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, caso seja eleito neste ano, vai fazer um decreto para suspender o sigilo de 100 anos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou sobre alguns temas. Entre elas estão as relações de entradas e saídas do Palácio do Planalto, dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de fazer lobby e cobrar propina para intermediar a liberação de recursos no Ministério da Educação.
"No dia 2 de outubro, o povo vai te mandar pra casa. Farei um decreto para acabar com seu sigilo de 100 anos para saber o que esse homem esconde por 100 anos", afirmou o ex-presidente Lula.
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"Se o atual presidente tivesse o mínimo de honestidade e seriedade, ele falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da rachadinha, do sigilo de 100 anos, do Ministério da Educação... Ele vir falar de quadrilha comigo? Precisa se olhar no espelho", afirmou Lula.
Os sigilos
Pazuello
O governo federal decretou um sigilo de 100 anos do processo interno do Exército contra o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pela participação em uma motociata ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em maio de 2021. O regulamento disciplinar do Exército proíbe a participação de militares da ativa em atos políticos.
A participação de Pazuello no ato gerou a abertura de um processo para apurar a conduta do ex-ministro. O jornal Folha de S.Paulo solicitou o acesso às informações do processo, mas teve o pedido negado. A justificativa do sigilo decretado sobre o caso foi que a divulgação do documento representaria risco aos princípios da hierarquia e da disciplina do Exército. O general, no entanto, foi absolvido do processo.
Crachás de Flávio e Eduardo Bolsonaro
O governo impôs sigilo de cem anos sobre informações dos crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro (Republicanos) e Eduardo Bolsonaro (PL).
Em documentos públicos enviados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID em 2021, a Presidência da República informou a existência dos cartões de acesso ao Planalto dos dois filhos do presidente.
A revista Crusoé solicitou, via Lei de Acesso à Informação (LAI), a "relação de filhos do Presidente da República que possuem ou possuíram cartões de identificação que dão ingresso às leitoras e vias de passagem do Palácio do Planalto e Anexos, acompanhada da respectiva data de emissão e de devolução do cartão de acesso entre 2003 e 2021", para saber quantas vezes os dois irmãos estiveram no Palácio do Planalto, mas teve o pedido negado.
A Secretaria-Geral da Presidência respondeu a solicitação, decretando sigilo às informações e afirmou que os dados solicitados dizem respeito “à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos familiares do Senhor Presidente da República, que são protegidas com restrição de acesso, nos termos do artigo 31 da Lei nº 12.527, de 2011".
Último debate
Com participação de Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe d'Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB), o debate na TV Globo é o último antes do primeiro turno das eleições presidenciais.
O primeiro debate entre os presidenciáveis ocorreu em 28 de agosto e foi realizado pelo pool formado por Grupo Bandeirantes de Comunicação, TV Cultura, jornal Folha de S.Paulo e portal Uol. Participaram Lula, Bolsonaro, Ciro, Tebet, Soraia e Felipe d'Avila.
Posteriormente, em 24 de agosto, foi realizado o debate do SBT em um pool de veículos de mídia formado pela CNN Brasil, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal de notícias Terra e a Rádio Nova Brasil FM. O ex-presidente Lula não compareceu.
Foram quatro blocos com duração total de cerca de duas horas. Em dois, os candidatos escolheram para qual adversário perguntar, com direito a réplica e tréplica. Nos outros dois, eles responderam perguntas dos jornalistas dos veículos que compuseram o pool.
As eleições deste ano acontecem em 2 de outubro. Caso necessário, o segundo turno ocorrerá no dia 30 do mesmo mês.