Longe das câmeras e sem os cordões humanos de seguranças e dos apoiadores que vão se aglomerar para testemunhar a ida às urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do Campo (SP), e de Jair Bolsonaro (PL), no Rio de Janeiro (PL), um candidato à presidência do Brasil se prepara para votar, neste domingo (2/10), em uma escola pública localizada em Belo Horizonte. Único mineiro na disputa pelo Palácio do Planalto, Léo Péricles concorre pela Unidade Popular (UP), partido que ajudou a fundar.
Morador da ocupação Eliana Silva, no Barreiro, Péricles, de 41 anos, tem a luta por moradia como uma de suas prioridades. Técnico em mecânica por formação, ele rodou o Brasil para divulgar as ideias da Unidade Popular em uma campanha que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), arrecadou apenas cerca de R$ 1,3 milhão. Os cofres do partido são bem menos abastados do que as campanhas de Lula e Bolsonaro - que, segundo a Justiça Eleitoral, já declararam receitas de R$ 91 milhões e R$ 42,34 milhões, respectivamente.
Ontem, o presidenciável fez campanha no Barreiro, ao lado da correligionária Indira Xavier, que concorre ao governo mineiro.
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"Estamos chegando à reta final plantando sementes para que a gente tenha o primeiro presidente da República negro, trabalhador e morador de periferia do Brasil", disse Péricles.
É a primeira eleição presidencial que a UP disputa. Reconhecido pela Justiça Eleitoral em 2019, a estreia do partido nas urnas foi no ano seguinte. Em BH, por exemplo, a sigla firmou aliança com o Psol, e Péricles foi candidato a vice-prefeito na chapa liderada por Áurea Carolina.
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Ao largo dos holofotes
Sem representação no Congresso Nacional, a UP ficou fora dos debates promovidos por emissoras de TV, estações de rádio e jornais. O partido também não tem direito a tempo no horário eleitoral. Léo Péricles passa ao largo do eleitor e, por isso, não pontuou nas pesquisas divulgadas ontem por Datafolha e Ipec.
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Além da UP, outros dois partidos à esquerda apresentaram candidatura própria: o PCB, com Sofia Manzano, e o PSTU, com Vera Lúcia. Os partidos chegaram a apoiar o PT em eleições passadas, mas, agora, optam por chapas puras. O PCB, por exemplo, rompeu com o governo Lula ainda durante seu primeiro mandato.