Candidato ao governo de Minas, o ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB) votou na manhã deste domingo (2/10) na Associação dos Cegos, em Juiz de Fora, Zona da Mata mineira. Em rápida coletiva à imprensa, o tucano fez um balanço de sua campanha e trajetória política e criticou seus opositores líderes nas pesquisas.
"Há 40 anos, eu me tornava vereador em Juiz de Fora. Desde então, procurei fazer o meu papel qualificando o debate e colocando minha experiência a serviço de Minas. (...). Estou com uma expectativa de uma uma votação muito superior ao que as pesquisas vinham indicando, muito em função do último debate."
Em relação à própria campanha, Pestana afirmou que teve um compromisso com a democracia e diversidade. "Cumpri o papel que sempre quis pra mim: de um militante de uma geração comprometida com a liberdade e justiça social. Hoje é o dia do pronunciamento soberano da população."
Posteriormente, o tucano disse que o governador Zema, líder nas pesquisas, "usufruiu muito do contraste com o governo anterior", referindo-se às gestões a cargo do PT e de Pimentel.
"Ele criou uma identidade que eu não acho que seja muito consistente: um mineirinho identificado com o cidadão comum, o que não reflete exatamente a verdade."
Questionado pelo Estado de Minas sobre o segundo colocado nas intenções de voto, Pestana disse que considera kalil "um tanto artifical". "Ele ficou pendurado no Lula, sendo que nunca foi um militante progressista. Em 2016, ele veio na onda de denúncias de uma suposta velha política, polarizando muito contra o PT e o Lula. Então, a trajetória não é absolutamente coerente. Porém, hoje não é dia de refazer a discussão. Ela já foi feita", ponderou.
"Acho que as cartas já foram todas colocadas na mesa. Ninguém foi inibido de manifestar seus pontos de vista. Hoje é o pronunciamento soberano do eleitorado. Seja qual for o resultado, todos nós temos que nos curvar diante da vontade da maioria da população brasileira. Aquele que for eleito receberá meus cumprimentos e o desejo que faça um bom governo para beneficiar esse povo tão sofrido."
Na quinta-feira (29/9), ao participar do “EM Entrevista”, Pestana já havia afirmado que a aprovação de Romeu Zema (Novo), postulante à reeleição, está amparada na mentira – ou seja, a construção da ideia de que ele é alguém simples como o povo. “Na verdade, ele é um milionário e tem patrimônio de R$ 150 milhões, de uma família que tem o mérito de seu trabalho e que enriqueceu cobrando juros de 460% ao ano."
No início do mês passado, o ex-deputado federal também deu o mesmo tom no discurso ao mencionar Zema, estendendo a crítica a Alexandre Kalil (PSD). Para o tucano, o desempenho dos dois candidatos na corrida eleitoral é “calçado em mentiras”. Pestana disse que o postulante à reeleição “não é nada de Novo”.
Pesquisas
Favorito para assumir o Palácio Tiradentes, o governador Romeu Zema concentra 49% das intenções de voto, segundo a última pesquisa divulgada pelo Datafolha. Na vice-liderança está Kalil, com 31%.Na sequência vem o correligionário de Bolsonaro, o senador Carlos Viana (PL), com 5%. A professora Vanessa Portugal (PSTU), a militante feminista Renata Regina (PCB) e Marcus Pestana (PSDB) têm 1% das intenções de voto, cada. O grupo dos que ainda se dizem indecisos, segmento que sinaliza as chances de reviravolta no dia do pleito, soma 8%. Branco e nulos são 5%.
Ipec MG vê chance de 2° turno
Divulgada ontem, a pesquisa Ipec diverge da apuração do Datafolha e coloca Zema com 50% dos votos válidos, contra 42% do ex-prefeito da capital mineira.Nos votos válidos, o também ex-comandante do Atlético cresceu três pontos em relação ao levantamento anterior, de 27 de setembro. À época, ele aparecia com 39%. Houve queda de 4,7 pontos na diferença dele para Kalil.
Terceiro melhor colocado, Carlos Viana (PL) aparece com 4%. Vanessa Portugal (PSTU), Lorene Figueiredo (PSOL), Marcus Pestana (PSDB), Renata Regina (PCB) e Cabo Tristão (PMB) têm 1% cada. Os demais não pontuaram.
Sobre Marcos Pestana
Ex-deputado federal por dois mandatos, de 2011 a 2018, Pestana também ocupou as secretarias de Estado de Planejamento e de Saúde durante os governos Itamar Franco e Aécio Neves, respectivamente.O político iniciou a vida pública como vereador de Juiz de Fora, em 1982, sendo o parlamentar mais jovem da história da cidade. Entre 1993 e 1994, foi o secretário de governo da prefeitura.
Em 1998, assumiu a Secretaria de Estado de Planejamento e, em 2003, a de Saúde. Também secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente em 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2006, foi eleito deputado estadual.