Enviado especial a Portugal - Os eleitores compareceram em peso para votar nas eleições presidenciais deste ano em Portugal, segundo maior colégio eleitoral fora do Brasil, com quase 80 mil votantes. As filas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa estão dobrando quarteirões, o que surpreendeu os organizadores. Somente na capital portuguesa, 45.273 cidadãos estão aptos a cravar os votos nas urnas.
Apesar do grande número de pessoas, não houve registros de tumultos durante as primeiras horas da manhã. A Polícia de Segurança Pública (PSP) reforçou o efetivo no entorno da faculdade. O total de seguranças privados mais que dobrou em relação ao pleito de 2018.
A aposentada Samaritana Garcia Bastos, 80 anos, que mora há 55 anos de Portugal, disse que nunca viu tanta gente participar das votações. “Se pegar todo mundo aqui, acho que a fila chega na Espanha”, brincou. Ela ressaltou que, mesmo não sendo obrigado a comparecer às urnas, fez questão de registrar sua escolha por se tratar de um exercício de cidadania. “Nunca deixei de votar, é muito importante”, frisou. Ela contou que a seção na qual votou houve um problema na urna, mas que logo foi solucionado. “Foi até rápido”, emendou.
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Para Ana Cristina Queiroz, 52, o direito ao voto é uma conquista. Portanto, é preciso exercê-lo sempre. “É muito importante votar, até para podermos cobrar aqueles que forem eleitos”, enfatizou. Nem mesmo as longas filas tiraram o humor dela. “As pessoas vieram votar mais cedo para aproveitar o restante do dia”, assinalou. Outras, como Cristiane Santos, que chegou ao local de votação às 3h da manhã, e Rafaela e Gislaine, que entraram na fila às 5h, tinham que voltar para suas cidades a tempo de ainda trabalharem. Cristiane vive em Alcobaça e Rafaela e Gislaine, em Loures, centro de Portugal.
A expectativa do cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, é de que tudo transcorra bem até o final da votação, às 17h. Segundo quem acompanha eleições em Portugal há muito tempo, o índice de abstenção neste ano, que sempre fica acima de 50%, deve ser um dos menores da história, o que comprava o comprometimento dos eleitores e, mais do que isso, reforça a polarização vivida no Brasil. Também ha votações no Porto e em Faro.