Apesar do grande número de pessoas, não houve registros de tumultos durante as primeiras horas da manhã. A Polícia de Segurança Pública (PSP) reforçou o efetivo no entorno da faculdade. O total de seguranças privados mais que dobrou em relação ao pleito de 2018.
A aposentada Samaritana Garcia Bastos, 80 anos, que mora há 55 anos de Portugal, disse que nunca viu tanta gente participar das votações. “Se pegar todo mundo aqui, acho que a fila chega na Espanha”, brincou. Ela ressaltou que, mesmo não sendo obrigado a comparecer às urnas, fez questão de registrar sua escolha por se tratar de um exercício de cidadania. “Nunca deixei de votar, é muito importante”, frisou. Ela contou que a seção na qual votou houve um problema na urna, mas que logo foi solucionado. “Foi até rápido”, emendou.
A jovem Catarina, 22, que não informou o sobrenome, destacou que estava muito feliz por ter a oportunidade de votar. Segundo ela, o fato de estar vivendo fora do Brasil não a impede de participar da política do país. “Votar é importante”, afirmou. Lucas, 26, que também não informou o sobrenome, disse que ele e a mulher optaram por chegar cedo para que pudessem votar logo. Ele está há apenas oito meses em Portugal, porém, conseguiu transferir o título para Lisboa a fim de garantir a participação nas eleições.
Para Ana Cristina Queiroz, 52, o direito ao voto é uma conquista. Portanto, é preciso exercê-lo sempre. “É muito importante votar, até para podermos cobrar aqueles que forem eleitos”, enfatizou. Nem mesmo as longas filas tiraram o humor dela. “As pessoas vieram votar mais cedo para aproveitar o restante do dia”, assinalou. Outras, como Cristiane Santos, que chegou ao local de votação às 3h da manhã, e Rafaela e Gislaine, que entraram na fila às 5h, tinham que voltar para suas cidades a tempo de ainda trabalharem. Cristiane vive em Alcobaça e Rafaela e Gislaine, em Loures, centro de Portugal.
A expectativa do cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, é de que tudo transcorra bem até o final da votação, às 17h. Segundo quem acompanha eleições em Portugal há muito tempo, o índice de abstenção neste ano, que sempre fica acima de 50%, deve ser um dos menores da história, o que comprava o comprometimento dos eleitores e, mais do que isso, reforça a polarização vivida no Brasil. Também ha votações no Porto e em Faro.