Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Cleitinho Azevedo (PSC) foi eleito senador por Minas Gerais com mais de 4 milhões de votos, o que representa 41,53% do votos válidos no estado para o cargo. Ele superou Alexandre Silveira (PSD) e Marcelo Aro (PP), que ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugares.
"Trabalhei os 45 dias de campanha, rodei o estado inteiro, tenho um trabalho prestado para Divinópolis e Minas Gerais, com vários projetos e fiscalização, então a gente colheu o que plantou”, comemorou Cleitinho durante festa com seus apoiadores em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, domicílio do candidato.
Em 2016, foi eleito vereador na cidade com 3.023 votos, muitos dele frutos de vídeos criticando e parodiando políticos. Entre os alvos dele, estavam Bolsonaro, Marco Feliciano e outros políticos de direita e extrema direita, que posteriormente se tornariam aliados. Na época, ele trabalhava com os pais e irmãos no hortifruti da família.
Segundo o senador eleito, em entrevista ao Estado de Minas, seu objetivo no Congresso é "dar força aos municípios. Continuar fazer o que eu faço, que é fiscalizar e poder trazer mais recurso para região".
Cletinho também falou sobre uma troca de farpas e acusações entre ele e Aro nos últimos dias. O candidato progressista havia dito que "o candidato (Cleitinho Azevedo) é completamente despreparado para esta missão (ser senador)".
"Isso foi uma questão de desespero. Ele estava pontuando embaixo e infelizmente a política tem essas baxarias. Na hora que começa a acabar as eleições, eles começam a inventar coisas. O que eu passei essa semana... mas Deus está vendo", comentou.
Em vídeo divulgado pelo candidato em suas redes sociais, entre felicitações pelo resultado e gritos favoráveis a Bolsonaro no segundo turno, também se ouve gritos de "STF pode esperar que a sua hora vai chegar".
Em outra postagem, o senador eleito postou foto com o Bolsonaro e os deputados eleito Nikolas Ferreira (PL) e Bruno Engler (PL), os principais cabos eleitorais do presidente no estado.
Avaliação da vitória de Cleitinho
Ex-prefeito de Belo Horizonte e segundo colocado ao governo de Minas neste pleito, Alexandre Kalil (PSD) também comentou a eleição ao Senado.
“Depois da eleição do Cleitinho para o Senado, nós temos que avaliar como essa política está andando", comentou o pessedista. "Não estou falando mal do Cleitinho não. Estou falando que ele foi para a internet, botou a camisa do América, andou com Bolsonaro duas ou três vezes. Não vem colocar na conta do Bolsonaro a eleição dele não. Botou a camisa do América e saiu conversando com o povo”, complementou o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Ao longo de toda a campanha, Cleitinho fazia uso de camisa de clubes de futebol durante entrevista e no corpo a corpo com o eleitorado.
Cumprimentos do adversário
Com 35,79% dos votos do eleitorado mineiro, Alexandre Silveira (PSD) cumprimentou e desejou muito sucesso, ao senador eleito Cleitinho Azevedo (PSC) pelos próximos oito anos, tempo que dura o mandato na Casa.
Silveira integrou a chapa liderada por Alexandre Kalil (PSD) e André Quintão (PT), candidatos a governador e vice em Minas Gerais. A coligação recebeu o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Nos últimos 45 dias percorri toda Minas Gerais, conversei muito, vi de perto a realidade do nosso povo. Agradeço muito a confiança de todos pelos mais de 3,6 milhões de votos. Continuo minha jornada, buscando honrar minha história, minha família, meu Estado e a confiança de todos", publicou o pessedista em suas redes sociais.
Bolsonaristas têm vitória no Senado
As eleições desse domingo marcaram uma vitória dos senadores apoiados por Jair Bolsonaro no país. Entre os 27 políticos que vão para a Casa, 16 são apoiados abertamente pelo presidente. Já os eleitos com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram sete.
Quatro postulantes foram eleitos sem o apoio de nenhum dos dois presidenciáveis. Curiosamente, todo são filiados ao União Brasil, partido que acertou na última semana a fusão com o Progressistas, partido da base do atual governo.
Ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Astronauta Marcos Pontes (PL) foi o postulante ao cargo mais votado em todo país. Com 10.714.232 milhões de votos, ele foi escolhido por 49,68% em São Paulo. O engenheiro foi a preferência do candidato ao PL para concorrer ao cargo e contou com amplo apoio.
Em Minas Gerais, Cleitinho Azevedo (PSC), segundo senador com maior votos totais no Brasil, também foi fortemente apoiado por Bolsonaro.
Ex-Ministra da Mulher, da Família e do Direitos Humanos Damares Alves foi a preferida por 44,98% dos brasilienses. De 2015 a 2018, antes de assumir o ministério, Damares foi assessora do senador Magno Malta (hoje no PL), também eleito neste pleito para o mesmo cargo.
Completam a lista de bolsonaristas eleitos Jorge Seif (PL) em Santa Catarina; Tereza Cristina (PP) no Mato Grosso do Sul; Wellington Fagundes (PL) no Mato Grosso; Wilder Morais (PL) em Goiás; Romário Faria (PL) no Rio de Janeiro; Laércio Oliveira (PP) em Sergipe; Rogério Marinho (PL) no Rio Grande do Norte; Alan Rick (União Brasil) no Acre; Jaime Bagattoli (PL) em Rondônia; e Hiran Gonçalves (PP) em Roraima.
No Nordeste, seis dos nove novos senadores foram apoiados pelo ex-presidente Lula. Entre eles, Camilo Santana (PT), que recebeu o maior percentual de votos entre todos os candidatos eleitos com 69,59% no Ceará.
Fora da região Nordeste, o Pará foi o único a eleger um senador ligado aos petistas. O agricultor Beto Faro (PT), informalmente apoiado pelo governador eleito Helder Barbalho (MDB), recebeu 42,2% dos votos válidos no estado, derrotando o candidato bolsonarista Mario Couto (PL).
O ex-juiz Flávio Dino (PSB) foi eleito senador no Maranhão com 61,84% dos votos. Ex-governador do estado, ele foi atacado por Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos.
Wellington Dias (PT) no Piauí, Teresa Leitão (PT) em Pernambuco, Otto Alencar (PSD) na Bahia e Renan Filho (MDB) em Alagoas completam a lista de apoiados por Lula.
UNIÃO BRASIL Quatro dos cinco senadores do União Brasil eleitos, não foram apoiados oficialmente por nenhum dos candidatos. Entretanto, alguns deles, como o ex-ministro da Justiça Sergio Moro se posiciona abertamente contra o candidato petista, apesar de também ser criticado por Jair Bolsonaro, seu ex-aliado. Durante a campanha, Moro pediu que os opositores ao ex-presidente Lula se unissem a ele.
Além dele, Davi Alcolumbre no Amapá, Professora Dorinha no Tocantins e Efraim Filho na Paraíba são os outros senadores eleitos do partido.