Jornal Estado de Minas

MINAS GERAIS

Vereador vota a favor da própria investigação por quebra de decoro

A Câmara Municipal de Claraval, no interior de Minas Gerais, acolheu nessa terça-feira (4/10) a denúncia feita pelo diretor de Serviços Humanos do município, Antônio de Pádua Teodoro, o Toni, e vai investigar o vereador Wender dos Passos Calixto, o Moninha (PSD), por quebra de decoro parlamentar.  Todos os nove parlamentares votaram pela abertura de inquérito, incluindo o próprio Moninha.




 
Segundo o documento enviado à Câmara no dia 16 de setembro, o vereador teria mantido sua função de operador de máquinas na prefeitura de Pedregulho (SP) sem registrar faltas ao trabalho ao mesmo tempo em que atuou pela Câmara de Claraval em viagens reembolsadas cujos valores somam R$ 7.900,00. Os valores são referentes a 5 empenhos pagos pela Câmara e o período a que se refere a denúncia são os primeiros oito meses de 2022.
 
De acordo com a denúncia , “as faltas do servidor devem ser descontadas do seu vencimento e gerar as penalidades estatutárias previstas. A falta ao trabalho pelo servidor efetivo, em razão das atividades como vereador, é resultado da incompatibilidade de horários e configura afastamento ilegal. No entanto não há registro de faltas do representado junto à Prefeitura de Pedregulho”.
 
“Se o representado não registra falta em sua ficha junto à Prefeitura de Pedregulho, como poderia usufruir das diárias concedidas pela Câmara Municipal de Claraval, no total de R$ 7.900,00?”, questiona Toni em sua manifestação.
 
Wender Calixto usou o tempo de fala para atacar a Câmara, se referindo à agilidade na abertura do procedimento no seu caso. Segundo o vereador, ele votou a favor de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar porque considera que a Câmara tem o papel de fiscalizar mesmo. “Declaro aqui o meu voto favorável pela minha investigação pra saber se eu estou certo ou errado. Porque se eu estiver errado vai ‘incluir’  mais gente pra dentro do negócio”, ameaçou Moninha.