Uma psicóloga do setor de Recursos Humanos (RH) de uma empresa de Pernambuco foi desligada das funções após ameaçar demitir funcionários que apoiam o Partido dos Trabalhadores (PT). A publicação feita nas redes sociais viralizou nessa terça-feira (4/10), com pessoas cobrando um posicionamento da empresa.
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A publicação foi feita após o resultado do primeiro turno apontar que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 48,43% dos votos para a presidência da República. Com a repercussão do caso, a psicóloga excluiu as contas no Instagram, onde fez a publicação, e no LinkedIn.
O Ministério Público do Trabalho de Pernambuco (MPT-PE) informou, por nota, que recebeu denúncia formal sobre "os relatos de assédio eleitoral em empresa varejista no Recife" e que a notificação ainda vai ser distribuída para um procurador para que seja apurada.
A Ferreira Costa, empresa em que a psicóloga trabalhava, publicou um comunicado e disse que não compactua "com atitudes ofensivas ou discriminatórias" e que a "colaboradora não faz mais parte do quadro da empresa".
Assédio eleitoral
Segundo o MPT-PE, foi emitida uma recomendação para as empresas em virtude das eleições.
No documento, o órgão orienta "que empresas e empregadores não ofereçam benefícios em troca de voto em candidato ou candidata nem ameacem trabalhadores caso eles não escolham determinado candidato ou candidata.”
De acordo com o MPT-PE, a prática de assédio eleitoral contra trabalhadores pode resultar em medidas extrajudiciais e judiciais na esfera trabalhista.
O órgão ressalta ainda que o uso de violência ou ameaça com o intuito de coagir alguém a votar ou não em determinado candidato é crime eleitoral e que a Constituição Federal "garante a liberdade de consciência, de expressão e de orientação política, protegendo o livre exercício da cidadania por meio do voto direto e secreto.”
Além disso, em uma publicação nas redes sociais, o MPF-PE orienta que em caso de assédio eleitoral, as denúncias podem ser feitas no site do órgão.