Ao declarar voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB) afirmou que, nos últimos quatro anos, durante o governo bolsonarista, o “Brasil foi abandonado na fogueira do ódio”.
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“Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. A negação atrasou a vacina. A arma ocupou o lugar do livro. A iniquidade fez curvar a esperança. A mentira feriu a verdade. O ouvido conciliador deu lugar à voz esbravejada. O conceito de humanidade foi substituído pelo de desamor. O Brasil voltou ao mapa da fome. O orçamento, antes público, necessário para servir ao povo, tornou-se secreto e privado”, afirmou a senadora.
Mesmo apoiando Lula, Tebet manteve as críticas feitas ao ex-presidente durante a campanha. “Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos últimos dias de campanha, quando cometeu o erro de chamar para si o voto útil, o que é legítimo, mas sem apresentar suas propostas para os reais problemas do Brasil, deposito nele o meu voto, porque reconheço seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, pontuou.
Ainda segundo Tebet, seu apoio não foi por adesão e sim “por um Brasil que sonho ser de todos, inclusivo, generoso, sem fome e sem miséria, com educação e saúde de qualidade, com desenvolvimento sustentável”.
A senadora pediu a Lula que siga cinco propostas feitas por ela.
Confira as propostas de Tebet:
- Educação: ajudar municípios a zerar filas na educação infantil para crianças de três a cinco anos e implantar, em parceria com os estados, o ensino médio técnico, com período integral e conectividade, garantindo uma poupança de R$ 5 mil ao jovem que concluir o ensino médio, como incentivo para que os nossos jovens voltem à escola;
- Saúde: zerar as filas de cirurgias, consultas e exames não realizados no período da pandemia, com repasse de recursos ao SUS;
- Resolver o problema do endividamento das famílias, em especial das que ganham até três salários mínimos mensais;
- Sancionar lei que iguale salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo equivalente, as mesmas funções. Esse projeto já foi aprovado no Senado Federal e encontra-se parado na Câmara dos Deputados;
- Um ministério plural, com homens, mulheres e negros, todos tendo como requisitos a competência, a ética e a vontade de servir ao povo brasileiro.