A ONG Transparência Internacional criticou, em nota, o apoio declarado por ex-autoridades da Operação Lava Jato à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eleitos para o Congresso pelo Paraná, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o ex-procurador Deltan Dallagnol afirmaram que votarão em Bolsonaro no segundo turno contra o ex-presidente Lula (PT).
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A entidade afirmou que tem documentado e denunciado "inúmeros episódios de corrupção" no atual governo, incluindo "evidências de crimes cometidos pelo próprio presidente" e seus familiares.
A Transparência Internacional também mencionou que tem questionado, em relatórios, "o desmanche, sem precedentes, dos arcabouços legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir" e classificou o pagamento das emendas de relator do Orçamento por Bolsonaro como "um assalto ao erário".
Disse ainda que, para neutralizar eventual responsabilização judicial, o governo Bolsonaro "promoveu a captura da Procuradoria-Geral da República, da Polícia Federal e da Receita". Criticou também a difusão de desinformação e "a montagem de aparatos clandestinos de vigilância e espionagem estatais, tendo como alvos recorrentes jornalistas", além de acadêmicos.
"A Transparência Internacional Brasil lamenta profundamente que agentes que efetivamente atuaram no enfrentamento a imensos esquemas de corrupção empresarial e política, com ramificações em dezenas de países, emprestem sua imagem à promoção de forças políticas corruptas e autoritárias."
Na época da operação, a ONG se manifestou publicamente em favor de causas defendidas pelas autoridades da Lava Jato, como o projeto de mudanças legislativas apoiadas pela força-tarefa.
A entidade atua em projetos anticorrupção em mais de cem países.
Moro disse na terça-feira (4) nas redes sociais que Lula "não é uma opção eleitoral". "Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro".
Deltan afirma que se opõe a Lula pelos escândalos de corrupção, entre outros pontos, e que por isso apoiará Bolsonaro.