O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (5) que a esquerda faz um "estardalhaço" com as imagens da sua visita a uma loja maçom em 2017 e disse que foi apenas uma vez ao local.
O mandatário afirmou que era pré-candidato a presidente na época e foi convidado por um "colega" a ir na maçonaria e aceitou o convite. "Quero apoio de todos aqui no Brasil", disse.
Leia Mais
Acusações de satanismo e vídeo na maçonaria marcam início da campanha no 2º turnoJanones: 'A gente não sabe o que o Bolsonaro negociou lá na maçonaria'Bolsonaro na maçonaria: pastores minimizam efeitos de vídeo no 2º turnoEm nota, CNBB lamenta 'exploração da fé e da religião' na eleiçãoLula x Bolsonaro: entenda a 'guerra nada santa' sobre religião nas eleiçõesVice-presidente Hamilton Mourão visita loja maçônica nesta quintaApoiador de Bolsonaro, Zema diz que mineiros deveriam ser 'PTfóbicos'Eleições 2022: o que é a maçonaria?Esquerda usa tática bolsonarista nas redes, e PT diz querer evitar guerra religiosaO que é a maçonaria e por que ela está rodeada de mistério e polêmica
"Pessoal me criticando porque fui em loja maçom em 2017. Fui sim, fui em loja maçom, acho que única vez", afirmou. E prosseguiu: "Fui de novo? Não fui. Agora, sou presidente de todos. Isso agora a esquerda faz estardalhaço. O que tenho contra maçom? Tenho nada."
O vídeo de Bolsonaro em um templo com símbolos da maçonaria foi amplamente compartilhado por opositores do presidente como tentativa de afastá-lo dos públicos evangélico e católico, uma vez que as religiões são críticas dos maçons.
Nas redes sociais e em aplicativos de mensagem, apoiadores do presidente criticaram o vídeo.
"Bom dia, amigos, eu vi uma notícia que nosso presidente é maçom, estou muito desapontado". Esse foi um dos comentários que exemplificam parte da decepção de alguns bolsonaristas em grupos de Telegram.
"O Bolsonaro é maçom?", "A maçonaria criou o comunismo", "Não acredito que fiz campanha por quatro anos para um maçom", "Em perfil de maçom, eu passo longe. Lixo satanista!" e "Pessoal, o vídeo é verdadeiro, não adianta negarmos. A pergunta que fica agora é: por que o nosso presidente está participando de cerimônias maçom?"
Essas são amostras dos comentários de frustração em grupos pró-governo. Vídeos de um canal do YouTube com títulos "Maçonaria Inimiga da Igreja" também foram disseminados nos grupos, acompanhados de comentários que a associam ao comunismo.
Pastores bolsonaristas, porém, agiram rápido para tentar conter eventuais danos com o vídeo.
A Folha de S.Paulo conversou com quatro pastores bolsonaristas. Dois afirmam que o impacto será nulo na campanha à reeleição. Outros dois admitiram que alguns eleitores crentes podem se abalar com as imagens.