Bernardo Estillac e Matheus Muratori
O presidente da república e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), criticou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento em Belo Horizonte na noite desta quinta-feira (6/10).
Bolsonaro afirmou que o rival na disputa à presidência faz "promessas mirabolantes de picanha". Lula, rival do atual presidente no segundo turno da eleição presidencial, afirmou com frequência campanha que vai fazer com que o pobre volte a comer picanha.
Bolsonaro afirmou que o rival na disputa à presidência faz "promessas mirabolantes de picanha". Lula, rival do atual presidente no segundo turno da eleição presidencial, afirmou com frequência campanha que vai fazer com que o pobre volte a comer picanha.
Bolsonaro discursou em evento de apresentação de propostas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A fala, de cerca de 20 minutos, foi marcada por críticas ao adversário do segundo turno e pautas religiosas e do costumes.
O presidente começou o discurso chamando a plateia de conterrâneos: “Sou de Juiz de Fora, uai”, referindo-se à cidade onde sofreu atentado na campanha de 2018. Na sequência, ele fez saudações aos presentes, com destaque para Romeu Zema (Novo), governador mineiro, e começou a falar sobre Lula. “A especialidade deles é mentir, é enganar, em especial os mais humildes, com propostas mirabolantes”, disse sobre o PT.
Na sequência, Bolsonaro voltou a ironizar a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, assinada por mais de um milhão de pessoas em agosto deste ano. “Nossa carta à democracia é a nossa constituição, não é um pedaço de papel às vezes que aparece em momentos propícios como se fossem os salvadores da pátria, como se fossem as pessoas que realmente estivessem interessadas em defender a democracia. A nossa carta e de boa parte da população cristã é a nossa bíblia também”.
A agenda de costumes seguiu como tema do discurso, com ataques aos governos petistas, à quem acusou de propostas de “desconstrução da heteronormatividade” e “ideologia de gênero”, temas repetidos nos discursos presidenciais e de seus apoiadores. Como em outras visitas a Minas, Bolsonaro disse que gestões do PT, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiaram obras para o metrô na Venezuela, comparando com as intervenções no metrô de Belo Horizonte.
Em tom de campanha, Bolsonaro citou a negociação de fertilizantes com a Rússia em meio a guerra na Ucrânia e disse que foi a uma comunidade ucraniana no Paraná e foi bem recebido. Ainda sobre temas internacionais, disse que a candidatura de Lula pretende ceder à ‘cobiça internacional’ sobre a Amazônia.
O presidente encerrou a fala tratando sobre a economia brasileira. Em tom de campanha, ele incensou números recentes de sua gestão: “Pelo terceiro mês consecutivo, já temos deflação no Brasil, os produtos da cesta básica já vêm caindo de preço, estamos voltando à normalidade de forma completamente diferente de quase todo o mundo".
Bolsonaro e o segundo turno
Zema, Cláudio Castro (PL), Antonio Denarium (PP) e Ibaneis Rocha (MDB), governadores de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Roraima e Distrito Federal respectivamente, foram outros chefes de Executivo que participaram do evento, além de demais autoridades. Zema e Denarium discursaram.
Bolsonaro precisaria virar a disputa presidencial não somente no âmbito nacional, no qual Lula teve 48,43% dos votos válidos no primeiro turno, no último domingo (2), contra 43,20% do atual presidente. Em Minas Gerais, Lula também terminou à frente: 48,29% a 43,60%.
Já na capital mineira, BH, Bolsonaro terminou o primeiro turno como primeiro colocado. O atual presidente pontuou 46,60%, contra 42,53% de Lula.
Minas é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram 12.655.228 eleitores no primeiro turno, atrás somente de São Paulo - com 27.189.714 votos. O segundo turno será realizado em 30 de outubro.