Aléxia Sousa FOLHAPRESS
Um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (6) mostra um homem negro sendo preso por um policial militar sob a frase "vai gritar Lula lá na África, agora!". O caso ocorreu no domingo (2), dia do 1º turno, na cidade de Novo Gama, em Goiás.
A Polícia Militar disse que determinou a abertura de uma investigação e afastou o policial militar das suas atividades operacionais até o final das apurações.
No vídeo não é possível ouvir quem disse a frase. A imagem flagra ainda o agente agredindo as costas do jovem antes de algemá-lo. Na sequência, um outro homem afirma que o motivo da prisão seria o fato de o preso ser apoiador do candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Ministério Público de Goiás solicitou esclarecimentos para a Polícia Militar sobre o conteúdo do vídeo, diante da presença de policiais nas imagens.
Agentes da Guarda Municipal também aparecem durante a abordagem. Segundo a prefeitura de Novo Gama, a prisão ocorreu após os agentes terem recebido a denúncia de um cidadão que realizava boca de urna.
A nota da prefeitura afirma que, após análise, não foi possível identificar quem pronunciou as palavras discriminatórias, se foram verbalizadas por uma autoridade ou por terceiros que acompanharam a ocorrência, e que o ocorrido foi encaminhado ao Comando da Polícia Militar da região.
A presidente do PT em Goiás, Kátia Maria, denunciou o caso nas redes sociais como violência política e racismo. Ela afirma, ainda, que orientou para que a assessoria jurídica acione a corregedoria da Polícia Militar de Goiás e da Guarda Municipal do Novo Gama.
"As imagens mostram cenas de racismo e violência política juntas. Ambas configuram crime e foram cometidas pelo Estado, o que é mais grave ainda. Não vamos permitir intimidação, perseguição política e policial aos apoiadores do Lula em Goiás (...) Exigimos do governador Ronaldo Caiado a apuração imediata do caso, a punição dos culpados e a orientação da corporação para que novos casos como esses não se repitam em Goiás."
Procurada, a assessoria de Ronaldo Caiado não informou se o governador tomou conhecimento do caso.