Por Guilherme Peixoto
O deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG), conselheiro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos digitais, crê que a campanha do aliado precisa "centralizar" o discurso a fim de atingir mais eleitores. Nesta sexta-feira (7/10), ao Estado de Minas, ele defendeu o aperfeiçoamento da estratégia nas redes no segundo turno. A ideia de Janones já foi, inclusive, levada a interlocutores que coordenam as táticas usadas por Lula para tentar voltar ao Palácio do Planalto.
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"Até por (Bolsonaro) não ter nenhum apreço pela democracia, fica mais fácil dar uma ordem e dizer para todo mundo fazer. O PT, por ser muito plural e democrático, tem um pouco mais de dificuldade de fazer esse movimento centralizado", completou.
'Técnicas de guerrilha' para enfrentar Bolsonaro
Janones trabalhava para viabilizar uma candidatura própria a presidente quando resolveu abandonar a empreitada. Agora, atua como uma espécie de "soldado" digital de Lula, com críticas fortes ao presidente, a quem costuma chamar de "vagabundo", e com materiais negativos a respeito de Bolsonaro. Hoje, por exemplo, o deputado do Avante publicou vídeos com falas ríspidas do atual líder do governo federal a respeito das mulheres."A gente precisava criar uma maior proximidade de Lula com seu eleitorado e, também, lutar com as armas deles (apoiadores de Bolsonaro). De forma ética, tentando evitar a divulgação de notícias falsas, mas utilizando as mesmas armas deles, com técnicas de guerrilha. Conseguimos desempenhar isso bem no primeiro turno", ponderou.
A estratégia de Janones, de fato, segue alguns pilares vistos em publicações bolsonaristas. Ele utiliza palavras como "urgente" e "exclusivo" para chamar a atenção dos internautas, mas recorre ao futuro do pretérito por meio de expressões como "estaria" e "poderia" para deixar no ar pontos sobre Bolsonaro, mas sem cravar afirmações e, assim, dar brechas a ações judiciais.
"O trabalho no primeiro turno foi bem-sucedido. Cada nicho de comunicação desempenha o seu papel. Quando entrei na campanha de Lula, disse achar não ser preciso um giro de 360 graus, porque, se a campanha estivesse sendo mal-feita, Lula não estaria em primeiro lugar, como liderou as pesquisas do início ao fim".