Catia Seabra - FOLHAPRESS
Em um aceno à classe média, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levará na semana que vem ao programa eleitoral promessa de ampliar para R$ 3.000 a faixa de isenção do Imposto de Renda. Hoje a faixa de isenção é de até R$ 1.903,98.
A tabela do IR não é reajustada desde 2015. Segundo cálculo da equipe de Lula, a inflação acumulada no período é de cerca de 50%.
Um dos integrantes da comissão de redação do programa de governo do petista, o economista Guilherme Mello afirma que, em caso de eleição de Lula, a correção da tabela seria implementada dentro de uma proposta de reforma tributária.
A perda de arrecadação provocada pelo reajuste da tabela do IR, diz, seria parcialmente compensada pela tributação sobre distribuição de lucros e dividendos, além de outras medidas como combate à sonegação.
"A perda vai ser compensada na tributação dos mais ricos", afirmou o economista.
Segundo Mello, a incidência de um tributo sobre lucros e dividendos se daria de forma progressiva, a exemplo do que ocorre com o próprio Imposto de Renda. Ainda não se sabe de que forma seria essa atualização da tabela.
"A correção na tabela desoneraria trabalhador e classe média, o que não aconteceu nos últimos sete anos", disse Mello.
Lula está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, à frente de Jair Bolsonaro (PL).
Na largada da disputa do segundo turno da disputa presidencial deste ano, o petista marca 49% da intenção de votos aferida pelo Datafolha em sua primeira pesquisa desta etapa da corrida. Se a eleição fosse hoje, 44% dizem votar no atual presidente.
Os indecisos são 2%, e brancos e nulos somam 6%. A pesquisa é um retrato do momento e não necessariamente reflete a votação que os candidatos terão.