Luana Patriolino
Os ministros aposentados Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticaram as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) — que, recentemente, afirmou ter a pretensão de aumentar o número de magistrados na Corte. Para eles, se trata de uma posição inconstitucional e com flerte no período da ditadura militar (1964-1985).
Em uma carta aberta, publicada na noite de ontem, Celso de Mello disse que a atitude do chefe do Executivo é perversa e inconstitucional.
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Segundo Celso de Mello, o comportamento do presidente é antidemocrático e desrespeita a prerrogativa da separação entre os Poderes, estabelecida pela Constituição. O ministro ainda lembrou que a ideia se assemelha às medidas implementadas nos governos militares.