TV Alterosa/Estado de Minas/Bruno Luis Barros
Não é razoável punir institutos de pesquisa e os seus responsáveis por erros. Qualquer intenção de manipulação de dados deve ser coibida na esfera criminal.
%u2014 Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) October 12, 2022
As pesquisas estabelecem tendências do eleitorado, mas podem haver, naturalmente, diferenças com o resultado eleitoral. pic.twitter.com/aAhLuMnvHB
“As pesquisas são importantes no processo eleitoral. Elas têm um papel de estabelecer qual é a tendência do eleitorado (...). Há uma distância entre a intenção de voto e aquele depositado na urna. Então, nós não podemos desvalorizar o papel das pesquisas e o que elas, verdadeiramente, representam”, inicia.
Para Pacheco, em caso de possíveis erros, o objetivo deve ser tentar diminui-los ao máximo. “E se há erros que não são erros, mas, na verdade, são intenção de manipulação de dados, obviamente que isso invade uma esfera de natureza criminal que pode ser coibida”, complementa.
“O que não me parece razoável – o projeto que eu li na Câmara dos Deputados – é estabelecer que a simples diferença entre o que está na pesquisa e o resultado eleitoral possa constituir um crime de pena de quatro a 10 anos. Isso é inapropriado sob todos os aspectos, inclusive o aspecto jurídico. Portanto, é preciso ter muita cautela também, muita prudência. Ao buscar coibir erros de pesquisa, é preciso fazer isso de forma inteligente e razoável”, avalia.
CPI das pesquisas
Sob a alcunha de "CPI das Pesquisas", o senador Marcos do Val (Podemos-ES) também apresentou, na quarta-feira passada (5/10), o projeto de lei 2.558/2022 para penalizar as instituições e empresas que fizerem pesquisas eleitorais com resultados fora das margens de erro estabelecidas. Na ocasião, ele também declarou que a diferença interfere na formação da vontade livre e soberana dos eleitores e deturpa “de maneira irreparável” a leitura político-partidária do pleito pelos cidadãos.
Porém, conforme o presidente do Senado, o requerimento de criação da chamada CPI das Pesquisas, não tem previsão para ser apreciado.
“Há outras CPIs prontas para serem instaladas, mas, por ampla maioria no colégio de líderes, houve entendimento do Senado Federal de que não devíamos fazer CPI neste período eleitoral. Esse entendimento prevalece para toda e qualquer CPI. De modo que nós vamos precisar ultrapassar o período eleitoral para, então, eventualmente, serem instaladas CPIs. CPI, qualquer que seja ela, no Senado Federal, só depois das eleições”, reafirmou.