“É uma pena. Você não tem controle”, complementou Nogueira na última quinta-feira (31/10), ao comentar sobre a desinformação como parte da disputa eleitoral. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ele fez uma ressalva: “A campanha, por si, não (usa a desinformação), os meios tradicionais. Mas você não tem controle dos militantes e das pessoas envolvidas.”
Presidente do PP, Ciro Nogueira prevê que Bolsonaro irá conquistar um novo mandato. “Acredito que o presidente vai ter, no mínimo, 8 pontos (de vantagem). Acredito que fique, no mínimo, entre 54% a 46% (para Bolsonaro). Não sai dessa margem de erro, lhes garanto. Depois vocês me cobrem”, afirmou.
Nogueira errou as previsões que fez antes do primeiro turno, quando projetou que Bolsonaro teria mais votos do que Lula e ganharia em “18 ou 19” unidades da federação. As urnas apontaram vitórias do candidato à reeleição em 12 estados, mais o Distrito Federal. “O que previ só não se confirmou por conta da tentativa de se fazer o maior estelionato eleitoral de nossa história”, acredita.
Ele fez fortes críticas aos institutos de pesquisa que erraram os percentuais obtidos pelo presidente e por candidatos de seu grupo político, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa o governo de São Paulo. “Fizeram manipulação criminosa”, acusa, sem apresentar provas da manipulação, e defendendo a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “despolitizada e isenta” depois das eleições.
Sobre o cenário do segundo turno, Ciro Nogueira comentou uma de suas preocupações após a divulgação do resultado:
“Nunca tivemos uma eleição com extremismo tão grande. Me preocupa que, no dia seguinte à eleição, qualquer um estará com 40% a 50% de rejeição. A grande diferença é que Bolsonaro tem uma base para administrar o país sem fazer concessões, ao contrário de Lula. Previa a esquerda elegendo entre 130 e 150 deputados; eles elegeram 129. Fui até um pouco otimista para eles. Imagina o que é começar um governo com 50% de reprovação, como Lula iria começar. Graças a Deus, não vai acontecer, mas o que ele teria de fazer com o país para atrair uma base?”, complementou o ministro da Casa Civil.