Por Mariana Lage*
O Padre Zezinho, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, fez uma postagem nessa quarta-feira (12/10), Dia de Nossa Senhora Aparecida, denunciando ataques que ele, o papa Francisco e os bispos da Igreja Católica vêm recebendo nas redes.
O padre afirmou que não vai dar mais espaço para "católicos superpolitizados, irados e insatisfeitos" e está deixando o Facebook até o fim do 2º turno da eleição presidencial, em 30 de outubro, que será disputado entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Em um post anterior, feito no mesmo dia, Padre Zezinho fala em vídeo que "qualquer pessoa tem o dever de valorizar e elogiar o que existe de bom no Brasil. Mas também o mesmo dever de denunciar e opinar contra o que existe de errado no Brasil. Porque ficar quieto não resolve".
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Conhecido por décadas de trabalho na Igreja Católica e considerado precursor de padres cantores como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, Padre Zezinho tem 1 milhão de seguidores em sua página no Facebook. Ele afirma que é chamado de "mau padre, comunista e traidor de Cristo e da Pátria" porque ensina a doutrina social cristã.
"Dia 31 voltarei a conversar com os católicos serenos que ainda querem catequese espiritual e social e comportamental. Os outros já decidiram. Não querem estes livros que usamos para ensinar a fé católica", escreveu. "Querem um Brasil direitista ou esquerdista, porque está claro que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico."
Defesa da Igreja e do Papa Francisco
Ele também afirma que "o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia".
*Estagiária sob supervisão da editora Vera Schmitz