O presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou nesta sexta-feira (14) estender uma grande bandeira do Brasil no Palácio do Planalto, ocupando grande parte de sua fachada, e desafiou alguém a mandar retirá-la. Sem citar nomes, disse que "ninguém vai ter a coragem".
A iniciativa havia sido antecipada pelo próprio mandatário em transmissão ao vivo em redes sociais com um grupo de apoiadoras de Minas Gerais. Bolsonaro, no entanto, anunciou que a bandeira seria estendida "em sua casa" no Palácio do Alvorada, e não no Planalto.
A decisão foi o pretexto usado por Bolsonaro para decidir estender a bandeira em Brasília.
"Hoje por exemplo, não vi o final da decisão de uma juíza. Mas o PT entrou na justiça para que uma igreja lá de Belém do Pará, que tem uma bandeira enorme do Brasil na entrada, fosse retirada, porque o PT diz que aquilo é propaganda eleitoral para o JB . Dessa vez, a juíza agiu corretamente. É um símbolo nacional, é um orgulho vermos uma bandeira do Brasil por aí, em local de destaque e logicamente temos que tratar de forma respeitosa. Mas o PT quis retirar a bandeira de lá", afirmou o presidente na transmissão.
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Datafolha: 96% dão certeza de voto no 2º turno; 2% pretendem faltarFlávio Bolsonaro após novo Datafolha: 'Mais um crime'Apoio de prefeitos de Minas a Bolsonaro vai de kit-campanha a meta de votosÉ a nossa bandeira do Brasil. A questão da censura vai devagar. Certas coisas você não perde de uma hora para outra. Você perde com o tempo", completou.
A bandeira foi estendida no inicio da noite por funcionários e bombeiros do Palácio do Planalto. A Folha questionou a Presidência da República sobre qual o motivo da colocação da bandeira e por quanto tempo ela vai permanecer estendida. Não houve retorno.
A reportagem também questionou o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico, uma vez que a Esplanada dos Ministérios e o próprio Planalto são tombados. Também não houve resposta.
No momento em que antecipou sua ordem de colocação da bandeira nacional, Bolsonaro estava respondendo perguntas sobre censura e sobre "perseguição cristã". As debatedoras na transmissão, todas apoiadoras do presidente, apontaram que suas redes sociais estavam sofrendo com quedas recentes e atribuíram isso ao apoio dado ao presidente.
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Bolsonaro então disse que o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) ainda estaria preso, se ele não fosse o presidente da República. O parlamentar foi preso por ataques e por incitar a violência contra ministros do Supremo.
"A gente não pode falar: 'não é comigo, deixa pra lá', porque vai chegar na tua porta um dia, vai entrar na tua casa", afirmou.
Na sequência, ao ser questionado sobre fala do ex-presidente Lula que iria mandar prender o ex-ministro Eduardo Pazuello, sinalizou que os apoiadores e influenciadores digitais não poderiam comentar muito para não sofrer censura. Mas ressaltou, em tom de desafio, que ninguém iria atuar contra ele.
"Comigo ninguém vai querer dar canetada pra cima de mim, que o bicho vai pegar", completou.