Cauê Fonseca/Folhapress
Ao fim de um debate realizado nesta sexta-feira (14) na Rádio Gaúcha com candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni (PL) negou um aperto de mãos a Eduardo Leite (PSDB).
O encontro ficou marcado pela troca de farpas entre os dois desde a primeira pergunta, quando Leite questionou Onyx sobre o ataque homofóbico realizado em seu programa de rádio.
Os ânimos acirrados da campanha de segundo turno no estado já haviam feito com que os dois não se cumprimentassem na chegada do evento.
Após o debate, a apresentadora convidou os dois a se cumprimentarem. Onyx tocou o ombro de Leite, mas deu as costas ao tucano, que ficou com a mão estendida.
Durante o evento, o tucano perguntou ao adversário se a afirmação de Onyx de que os eleitores "entenderão que terão um governador e uma primeira-dama de verdade" se tratava de uma "insinuação homofóbica velada".
Onyx respondeu que Leite estava tentando "se vitimizar" e que havia usado a expressão porque, para ele, "a verdade é um valor absoluto" e que definiu a esposa como "uma mulher de verdade" pelo seu compromisso com o próximo.
Onyx disse ainda que denunciaria o rival ao Ministério Público por atribuir a ele materiais "completamente falsos" em sua campanha.
Leite declarou ser homossexual em julho do ano passado, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.
Ao longo de todo o debate, Onyx se referiu a Leite como "o governador que abandonou os gaúchos", em razão de sua renúncia. Leite, por sua vez, classificava Onyx como "candidato fake news" e "pipoqueiro", por ter ocupado cinco ministérios no governo Bolsonaro ao longo de três anos.
A discussão também esquentou quando o tema era vacinação infantil, pois Onyx admitiu não ter se vacinado contra a Covid. Ele se disse um "defensor da liberdade" e favorável a vacinas "cientificamente seguras".
Questionado por Leite se não considerava a vacina contra a Covid cientificamente segura, Onyx disse que se tratava de uma "decisão de cada um" e sugeriu: "Consulte seu médico, eu consultei o meu".
Nesse momento, a mediadora do debate lembrou aos espectadores que a vacina foi certificada por órgãos oficiais do governo, como a Anvisa.
O placar final do primeiro turno no Rio Grande do Sul teve o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) com 37,5% dos votos e Leite com 26,81%.
Na primeira pesquisa Ipec de segundo turno no estado, divulgada nesta sexta (14), o tucano aparece à frente com 50% das intenções de voto totais, contra 43% de Lorenzoni. Brancos ou nulos são 4%, e indecisos, 3%.