"Se alguém estranha minha roupa vermelha (perfil), saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Mas ninguém machuque ninguém", disse neste domingo (16/10).
Mais cedo, o arcebispo havia escrito que a fé em Deus permanecerá depois das eleições, assim como os valores morais, a justiça, a fraternidade, a amizade e a família. "Vale a pena colocar tudo isso em risco no caldo da briga política?", perguntou.
Entre as respostas que recebeu, o religioso leu questionamentos sobre sua posição em relação ao aborto e ao comunismo e sobre a cor da roupa."Qual vermelho você veste? O do mau, do comunismo, ou o vermelho do amor?", perguntou um seguidor.
Segundo Dom Odilo, o debate provocado por sua pergunta proporcionou conteúdo para escrever um livro.
"Mas não era preciso xingar tanto quem fez a pergunta. Calma, povo! Depois das eleições, todos precisam continuar a viver juntos", repreendeu.
"Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora", escreveu. "Para ser mais claro: parece-me reviver os tempos da ascensão do fascismo ao poder. E sabemos as consequências".
Ele reafirmou que é contra o aborto e não aprova o comunismo ou fascismo. "Sou a favor da moral dos mandamentos de Deus. Estou em comunhão com o papa".
O líder católico lembrou que já escreveu muitos artigos contra o aborto e indicou o site da arquidiocese, onde seus textos são publicados.
"Desafio alguém encontrar pauta a favor do aborto".
Em entrevista recente ao jornal Folha de S.Paulo, Dom Odilo afirmou que não devem existir temas tabus e que a posição antiaborto já era dos católicos antes dos evangélicos assumirem esse tema.