Por Estado de Minas
O presidente Jair Bolsonaro (PL) já apoiou o uso de "pílulas do aborto" para o controle das taxas de natalidade no Brasil. Quando deu a declaração, em 1992, Bolsonaro era deputado federal pelo PDC e ressaltou que "as pessoas debatessem o assunto com os pés no chão". O caso foi resgatado pelo blog da jornalista Andréia Sadi.
"É preciso, portanto, que todos tenhamos os pés no chão e passemos a tratar desse tema (controle da natalidade) sem demagogia sem interesse partidário ou eleitoreiro, porque de nada adiantam nossas convicções religiosas, políticas ou filosóficas, quando se está em jogo, sem dúvida, uma questão bem mais grave e que, de fato, interessa à segurança nacional. Temos de viabilizar este país e apontar o caminho certo do desenvolvimento social e econômico", disse, durante discurso na Câmara dos Deputados.
Em seguida, o então deputado citou a "pílula do aborto", que na ocasião, a China passaria a distribuir para os cidadãos para tentar controlar uma possível explosão populacional. Bolsonaro pediu à presidência da Câmara que uma reportagem que tratava sobre a pílula no país chinês, que é recordista em abortos no mundo, fosse transcrita para os "anais da casa".
O então deputado havia relacionado o tema do controle da natalidade com a segurança nacional porque, segundo ele, as Forças Armadas selecionavam anualmente 800 mil homens, mas só 200 mil eram considerados aptos para "servir à pátria", já que a maioria era reprovada no exame médico. "Não adianta uma multidão de brasileiros subnutridos, sem condições de servir ao seu país", afirmou.
O discurso completo de Bolsonaro sobre a pílula do aborto está transcrito no Diário do Congresso Nacional de abril de 1992, no link http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04ABR1992.pdf#page=.