Por Guilherme Peixoto
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a esposa de Jair Bolsonaro (PL), Michelle, vão estar separados por cerca de 11 quilômetros no sábado (22/10), em Belo Horizonte. Enquanto o petista vai protagonizar uma caminhada de Venda Nova a Justinópolis, em Ribeirão das Neves, a primeira-dama é aguardada para liderar, na Pampulha, um evento em prol da reeleição do marido. As duas agendas estão marcadas para a parte da manhã. De carro, é possível ir de um local ao outro em aproximadamente meia hora.
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PT mineiro deve fazer ato público para difundir carta de Lula a evangélicosEm igreja em BH, Braga Netto e Zema pedem voto para Bolsonaro e atacam o PTZema é anunciado como 'liderança religiosa' em BHVídeo de Bolsonaro em auditório com cadeiras vazias viralizaAs agendas em BH fazem parte das passagens de Lula e Michelle por Minas nesta semana. Na sexta-feira (21/10), o petista vai estar em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e em Juiz de Fora, na Zona da Mata, para participar de passeatas. Paralelamente, a primeira-dama deve cumprir roteiro que tem Almenara (Vale do Jequitinhonha), Governador Valadares (Vale do Rio Doce) e Ribeirão das Neves. No sábado, além da capital, a lista de compromissos prevê passagens por Ubá, no Sul, e Uberlândia, no Triângulo.
Como já mostrou o Estado de Minas, o PT realinhou parte das estratégias de campanha para conter possíveis efeitos do apoio do governador mineiro, Romeu Zema (Novo), a Bolsonaro. A reboque da aliança, o presidente conquistou declarações de voto de prefeitos e outras lideranças locais. Originalmente, Lula estaria em Manaus (AM) no sábado, mas o evento no Norte do país foi cancelado, o que proporcionou "esticar" a estadia do presidenciável em solo mineiro.
Segundo Cristiano Silveira, deputado estadual e presidente do PT mineiro, a escolha pelo trajeto Venda Nova-Neves é carregada de simbolismo. "São pessoas de baixa renda e que, quando a gente analisa as pesquisas, têm identidade com o presidente Lula e que foram atingidas positivamente pelas politicas implementadas", disse ao EM.
A passeata pró-Lula vai partir da Rua Padre Pinto, a principal via de Venda Nova, e "desaguar" na Praça dos Justinópolis. "São regiões, às vezes, esquecidas e de grande densidade populacional. É importante Lula ir até lá. Não deixa de ser uma oportunidade de ele falar com todos os públicos - e, também, com os irmãos evangélicos", apontou o dirigente, mencionando o evento como oportunidade para propagar o conteúdo da carta que Lula divulgou durante evento ontem com lideranças religiosas.
Ato com Michelle ganha pecha de decisivo
A passagem de Michelle Bolsonaro por BH é bastante aguardada. A agenda da primeira-dama estado afora é organizada pela deputada federal mineira Greyce Elias, do Avante. "Faremos o 'dia D' da grande virada pelas famílias, pelas crianças e pela liberdade", projetou.
O partido de Greyce, curiosamente, é o mesmo do também deputado federal André Janones, um dos conselheiros de Lula para assuntos referentes às táticas digitais da campanha.
Os apoiadores de Bolsonaro vão se concentrar na Praça Geraldo da Mata Pimentel, popularmente conhecida como Praça da Pampulha. O tom religioso do encontro deve dar continuidade à linha vista ontem, na Igreja Getsêmani, em BH, onde Zema e o vice-presidente da chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto (PL), estiveram para pedir votos.
"Estou representando o conselho de pastores, todas nós, mulheres, mães, irmãs, tias e esposas. Estou representando, também, o movimento oficial da primeira-dama: 'Mulheres com Bolsonaro'. Estamos unidas em um só propósito", garantiu a pastora Daniela Linhares, uma das entusiastas do apoio feminino à chapa situacionista.
Kalil comemora pesquisa interna do PT
Em Minas, no primeiro turno da eleição presidencial, Lula obteve 48,29% dos votos válidos, ante 43,6% de Bolsonaro. Segundo aliados do petista, a manutenção da vantagem no estado é fundamental para assegurar a vitória nacional. Nas redes sociais, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que concorreu ao governo com o apoio de Lula, comemorou o resultado de um levantamento de intenção de votos encomendado pela campanha. "Pesquisa interna de hoje: presidente @LulaOficial lidera com folga em Minas Gerais", garantiu.
Kalil se referia a um tracking, tipo de pesquisa voltado ao consumo interno de um partido ou de uma coligação. Os dados desse modelo não são registrados junto à Justiça Eleitoral e, por isso, não podem ser divulgados.