Ao menos 80 filiados ao Novo assinam um manifesto no qual pedem a desfiliação do ex-presidente do partido e um dos fundadores da sigla, João Amoêdo, que concorreu à Presidência pela legenda nas eleições de 2018.
De acordo com o texto, Amoêdo renuncia a todos os princípios e valores que regem o partido ao declarar voto no ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
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"Embora atualmente seja apenas um filiado, é fato que a população brasileira confunde a figura de João Amoêdo com a do Novo, e suas manifestações e atitudes, ainda que não representem a instituição, parecem ser coordenadas para destruí-la; nós, todos, pedimos a João Amoêdo sua imediata desfiliação do Partido, mantendo assim a coerência em relação às suas ações e atitudes políticas", avaliam os signatários no documento.
O manifesto destaca que, ao declarar voto em Lula, o ex-presidente do Novo renunciou aos princípios e valores que regem o Novo, uma vez que o candidato petista representa ideias "absolutamente contrárias" àquelas defendidas pelo nosso partido.
O grupo aponta traições anteriores de Amoêdo. " Ao participar de entrevista com conhecido jornalista brasileiro, defendeu candidato a presidência da Câmara de Deputados de outro partido, embora o Novo tivesse o seu próprio candidato", dizem, destacando ainda "que durante toda a campanha eleitoral de 2022, não fez sequer menção a qualquer um de nossos candidatos ou para o próprio Partido Novo, nem mesmo para o nosso presidenciável, mas apareceu nas redes sociais com candidato de outro partido".
Além disso, o documento destaca conflitos de Amoêdo com a atual direção partidária. "Que em quase todas as ocasiões que pôde se manifestar publicamente sobre o Novo desqualificou a condução partidária", apontam, classificando, ainda, como incoerente o comportamento de Amoêdo. "Incoerente se manter em um projeto no qual não se acredita mais, sobretudo quando é reconhecido pela população geral como uma grande liderança do partido, a despeito de ser, formalmente, apenas um filiado".
O Correio Braziliense entrou em contato com a assessoria de imprensa de João Amoêdo, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.