Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Em retorno às redes, Kalil critica Zema e Bolsonaro e pede voto em Lula

 

Bernardo Estillac 
 
Alexandre Kalil (PSD) voltou às atividades nas redes sociais após ser derrotado na disputa pelo governo de Minas. Em vídeo de mais de 8 minutos publicado no Instagram nesta quinta-feira (20/10), o ex-prefeito de Belo Horizonte faz críticas a Jair Bolsonaro (PL), Romeu Zema (Novo) e pede votos em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).





Kalil começa o vídeo agradecendo aos votos recebidos e lamenta ter perdido a eleição em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Ele cita derrotas específicas na Região de Venda Nova e no Bairro Buritis, onde realizou obras para mitigar danos das chuvas na capital. Ele também critica prefeitos que se aliaram ao governador reeleito Romeu Zema e declararam voto em Bolsonaro.

“Muitos prefeitos que estão aí agora apoiando negação, cloroquina, foram os que eu emprestei máquinas na época da chuva, eu ajudei a região metropolitana e se duvidar eu dou nomes. Eu quero dizer que a pandemia foi um marco na nossa administração, eu até hoje não entendi porque Deus me mandou aquele negócio, mas eu quero falar que muita gente que está agora voando contra a gente é aquele pessoal que está vivo talvez porque a ciência pediu pra gente cuidar do povo. É sacanagem, é maldade”, afirmou.

Seguindo com críticas ao governador, Kalil falou que, se eleito, Lula atenderá Romeu Zema e que não negará apoio a Minas Gerais. O ex-prefeito, que foi apoiado pelo petista na campanha estadual, faz referência a expressão “PTfóbico”, cunhada por Zema em evento ao lado de Bolsonaro.





“Não vamos cair nesse conto do Lula fobia não, o governador está eleito legitimamente com uma votação impressionante e o Lula vai atender o nosso Governador sim. Porque não é o governador que está sentado lá, que é do partido A ou B não, é o governador de Minas Minas Gerais vai ser atendida sim com o presidente, Lula porque ele tem compromisso com nós que estamos aqui trabalhando e lutando por dias melhores, por ação social, por emprego pela picanha e pela cerveja”, disse.

Na reta final do vídeo, Kalil pede votos ao ex-presidente: Eu tô pedindo humildemente. Vamos pensar nisso, não vamos decepcionar quem está lá hoje trabalhando para as nossas cidades com o nosso bem-estar. Eu quero pensar que o voto não é no Amarelo, não é no roxo, não é no vermelho, o voto é em gente.E eu garanto para vocês, o melhor presidente para nós agora é o presidente Lula”.

Kalil se afastou da prefeitura de BH durante seu segundo mandato à frente da cidade para concorrer ao governo do estado. Zema foi reeleito no primeiro turno com 56,18% dos votos ante 35,08% do ex-prefeito. Na capital, o candidato do Novo também foi vitorioso, mas por margem menor, sendo escolha de 46,56% dos eleitores contra 42,54% do nome do PSD.




 
 

Pandemia


Kalil concentrou parte das críticas a Bolsonaro na gestão do presidente durante a pandemia. O prefeito teve seu segundo mandato marcado pela adoção de medidas de isolamento social para evitar a disseminação do coronavírus e foi alvo de críticas do presidente, avesso às medidas sanitárias de contenção da COVID-19.

“Eu peço a Minas, eu peço à grande BH: não vamos esquecer do que nós passamos. Não vamos esquecer do que nós passamos, eu não quis fechar a cidade. Eu nunca quis fechar cidade, Contagem não quis fechar cidade, Betim não quis fechar a cidade ninguém quis fechar a cidade, mas quanta gente que está aí nos hostilizando estão vivas porque atitudes foram tomadas? Foi gente que nem sabe se estaria viva negando. Pessoal, nós empilhamos 3 mil caixões por dia nesse país e estamos esquecendo disso”, falou.

Ainda sobre a pandemia, Kalil lembrou dos ministros da Saúde que concorreram nestas eleições. Ele cita Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), que perdeu a disputa pelo Senado no Mato Grosso do Sul, e Eduardo Pazuello (PL), deputado federal mais votado do Rio de Janeiro.





“Não vamos cair no conto do vigário, né? É o país que elegeu um deputado no Rio de Janeiro que matou gente com falta de ar em Manaus e aquele ministro que falou que aconteceu uma tragédia no país e perdeu a eleição, que foi o Mandetta. Vamos ter cuidado com isso, gente, porque são quatro anos. Vamos para a luz”, disse.

Religião


Tema recorrente na campanha presidencial, a religiosidade também foi abordada no vídeo publicado por Kalil. Ele afirma ser católico, mas faz apelo para mulheres evangélicas ao tratar sobre a política armamentista do candidato à reeleição.

“Eu quero falar aqui um pouco também sobre os evangélicos. Quem sou eu para falar sobre religião? Eu sou católico, devoto de Santa Rita. Eu quero falar para a mulher evangélica. Estão pregando arma, gente. Essa arma vai para mão de filho e marido, vamos ter cuidado com isso. O evangelismo, o catolicismo, qualquer religião, é para a gente ter a fraternidade, para gente encontrar o espírito, não é para pôr arma na mão de ninguém. Vamos pôr livro, gente”, pontua.